Colapsamos!

Está ficando chato, enfadonho, maçante, repetitivo. Porém, eu não posso não escrever novamente sobre o momento presente. Presente esse que deveria ser um presente, mas não é. Ou é, se considerarmos o aprendizado que virá disso tudo. Ou deveria vir… 
Como vocês podem ver, eu estou confuso em relação a tudo isso. Aliás, creio que todos nós estejamos.

Há poucos dias escrevi, bem feliz – radiante eu diria –, que a vacina havia chegado e que estaríamos próximos do fim. Pensava eu que a luz no fim do túnel era um alento. Está parecendo que era o trem!

Enquanto eu escrevo esse artigo, para o que levo entre 30 e 60 minutos, isso sem contar o tempo que fico repassando ele mentalmente, mas só o tempo em que passo para o papel, leio e releio, encerrando-o, para remessa à redação, pelo menos 70 pessoas morreram, vítimas da COVID-19. 

Não vou entrar no mérito aqui sobre as polêmicas do que acontece, que se fala por aí sobre se foi ou não foi COVID, se colocam isso sempre no atestado de óbito por proteção ou para evitar velórios.  Isso, para mim, muda pouco!

E digo que muda pouco porque, acompanhando os trabalhos de fiscalização em relação às atividades que permaneceram funcionando mesmo com bandeira preta, e que, mesmo fora da essencialidade, insistem em funcionar ou tentam funcionar dando “aquele jeitinho”, percebo que a população, ainda, não se deu conta do que estamos vivendo. O não quer se dar conta. 

Não digo que o comércio tido como não essencial deva ficar fechado. Bem ao contrário! Digo que, respeitados os limites de segurança, todos podem funcionar. Respeitados os limites de higiene e sanitização, nada precisa parar. Ou seja, para mim ainda me parece um grande equívoco fechar tudo.

Ataco, ainda, aqueles que insistem em aglomerar por aglomerar. Aqueles que querem manter festinhas, encontrinhos, burburinhos, grupinhos em praças e esquinas. Esses, por certo, destoam de tudo aquilo que está sendo feito. Na minha opinião, aliás, esses é que são os responsáveis pelo nosso colapso. 

E esse é o ponto! 

Algumas pessoas ainda não se deram conta de suas responsabilidades. Algumas pessoas ainda não se deram conta de que seu papel em sociedade, hoje, por enquanto, é saber ficar sozinho, convivendo com pessoas presencialmente o mínimo possível, ressalvados os grupos familiares e de trabalho, para quem, por certo, todos nós mantemos todo o cuidado. Ora, até ontem louvávamos a tecnologia, que nos aproxima de todos aqueles que queremos por perto, mesmo quando estamos longe. Por que raios hoje não estamos nos utilizando dela para conviver, pelo menos até que seja seguro viver ou conviver em público novamente?

Até ontem, rezei por pelo menos dois amigos que estão na UTI, pela vida deles, lutando pela vida. Além, é claro, pela vida de todos. Hoje, rezo também pela consciência daqueles que ainda não se deram conta de que as medidas de distanciamento são para serem cumpridas!

Até a próxima!
 

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