Com baixo consumo, setor moveleiro assume cautela

O posicionamento da indústria moveleira gaúcha é de cautela para a reta final de 2014. Ao avaliar o desempenho do setor até o momento, o presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs), Ivo Cansan, destaca que o ano não deverá apresentar crescimento em produção. A análise é feita a partir das dificuldades que o segmento enfrenta desde janeiro – quando o consumidor não retomou as atividades de consumo móveis, que já estavam desaceleradas desde o final de 2013. Além disso, o custo Brasil, a alta dos juros, os problemas de infraestrutura e logística têm influenciado no baixo rendimento.

Esse cenário coloca em risco os investimentos que as indústrias ousaram fazer ao longo dos últimos cinco anos, por acreditarem na solidez do mercado e nas políticas governamentais em implementação, que previam uma economia em estabilidade, com demanda consistente, sem prever a alta carga tributária e da inflação, além da desaceleração econômica e decorrente perda de massa salarial. “Tais fatores geram insegurança ao consumidor e, consequentemente, acabam freando o ato da compra. Sem renda, ou com perda dela, corroída pela inflação, não existe consumo. Esse é o reflexo de políticas populistas através de endividamento da população”, analisa Cansan.

Apesar do diagnóstico negativo do setor, o Rio Grande do Sul se mantém fortalecido com consumo correspondendo por 18,6% do total nacional. O móvel produzido no estado diferencia-se por seu design, hoje voltado para o atendimento das necessidades e expectativas de todas as classes sociais. A indústria local prioriza a atualização tecnológica dos seus sistemas de produção. O foco é a busca constante por produtos de qualidade, com agregação de valor e diferenciais competitivos, gerados pela tecnologia utilizada em seus maquinários e no sistema de produção.

Projeção após período eleitoral
A indústria moveleira prospecta o realinhamento das tarifas públicas e o repasse de preços dos combustíveis, da energia após período eleitoral no Brasil. Conforme Cansan, a cadeia de custos deverá ser repassada novamente ao consumidor que sofrerá impactos na sua renda mensal. “Depois do impacto dos índices de aumento, a indústria terá que reavaliar seus planejamentos e seguir em frente, buscando alternativas consistentes para atrair os consumidores a destinarem parte de sua renda na aquisição de móveis”, avalia.

Para a Movergs, o governo precisa fazer reformas estruturantes, de impacto real na economia e na produção em um espaço curto de tempo. Nas mudanças, questões tributárias, trabalhistas e fiscais e uma política que possa atentar para todos os elos da cadeia. “Sem mudanças, o futuro que nos espera será de muito trabalho e dedicação para buscar alternativas de sobrevivência; para garantir a manutenção dos postos de trabalho, criação de novidades para atrair consumidores, com diferenciais e inovações. A Movergs continua trabalhando em defesa dos interesses da cadeia produtiva de madeira e móveis, tendo presente o seu âmbito de atuação”, afirma Cansan.

É proibida a reprodução, total ou parcial, do texto e de todo o conteúdo sem autorização expressa do Grupo SERRANOSSA.

Siga o SERRANOSSA!

Twitter: @SERRANOSSA

Facebook: Grupo SERRANOSSA

O SERRANOSSA não se responsabiliza pelas opiniões expressadas nos comentários publicados no portal.