Combate ao mosquito da dengue: bastam 10 minutos por semana
Com a chegada dos dias quentes e a previsão de chuvas acima da média para novembro, os cuidados nas residências devem ser intensificados para evitar a proliferação de mosquitos, especialmente do Aedes Aegypti, transmissor de Dengue, de Febre Chikungunya e do Zika Vírus. “Se cada pessoa fizer uma vistoria de 10 minutos por semana em sua residência e no entorno, muitos depósitos de água e do mosquito serão eliminados”, observa a veterinária Analiz Zattera, do setor de Vigilância Ambiental da secretaria municipal de Saúde.
No Rio Grande do Sul, o inverno costuma frear a proliferação do mosquito. Apesar disso, os ovos podem permanecer nas superfícies, retomando o ciclo de desenvolvimento assim que as condições voltarem a ser favoráveis à espécie. Por isso, é importante não apenas descartar o líquido dos recipientes, mas lavá-los para remover qualquer vestígio. Conforme Analiz, a partir de outubro aumenta a população de mosquitos, mas até o momento não foi identificada a presença de Aedes Aegypti na cidade.
Denúncias
Denúncias de água parada e possíveis criadouros de mosquito podem ser feitas pelo Fala Cidadão (0800 979 6866). As situações são verificadas pelo setor de Vigilância Ambiental. Quando o depósito não pode ser eliminado – como buracos no solo ocasionados por obras paralisadas –, é feita a aplicação de larvicida. O Aedes Aegypti tem preferência por água limpa e parada. Acúmulos que contenham sujidade ou até mesmo esgoto costumam ser favoráveis apenas à proliferação de outras espécies, como pernilongos. Cerca de 20% das notificações que chegam ao setor são improcedentes, muitas vezes por serem superdimensionadas pelos denunciantes.
Números em Bento
Atualmente 20 agentes de endemias atuam nas ações de combate ao mosquito. O trabalho ganha o apoio de 50 agentes de saúde, vinculados às unidades de saúde dos bairros que ajudam a reforçar as medidas preventivas nas visitas que fazem às residências. Conforme Analiz, a realização de mutirões para o início do próximo ano não está descartada, entretanto obedecerá as recomendações e orientação passadas a todos os municípios pelo Ministério da Saúde. Em 2016, apenas um foco de larvas do Aedes Aegypti foi encontrado em Bento Gonçalves. Foi no mês de abril, em uma das armadilhas do bairro São Roque monitoradas pelo setor de Vigilância Ambiental.
Dos 26 casos suspeitos de Dengue investigados neste ano, cinco foram confirmados, todos importados. “Os doentes de Dengue têm se caracterizado por serem pessoas que viajam a trabalho ou a passeio para estados onde a doença é endêmica”, explica o coordenador da Vigilância Epidemiológica, José Antônio Rosa. Os registros eram de pacientes do sexo masculino, com idades entre 14 e 40 anos, moradores dos bairros Aparecida, Fátima, Maria Goretti, Ouro Verde e Santa Rita e que viajaram para os estados de São Paulo, Paraná (2 casos), Goiás e Mato Grosso do Sul.
Em relação à Chikungunya, foram investigados quatro pacientes com sintomas suspeitos, dos quais dois foram descartados, um resultou inconclusivo e um ainda passa por análise laboratorial. Das quatro suspeitas de Zika Vírus investigadas, três pacientes tiveram diagnóstico negativo e um exame teve resultado inconclusivo. Como o sistema de informações do Ministério da Saúde não permite encerrar os casos suspeitos com este status, esta ocorrência (um homem de 40 anos, que havia retornado de Cuiabá) está sendo provisoriamente classificada como “confirmado por critério clínico”. “Em outras palavras, não é possível dar certeza que o quadro clínico tenha sido causado pela infecção por Zika Vírus”, acrescenta o coordenador da Vigilância Epidemiológica.
O mosquito
O Aedes Aegypti é escuro com manchas brancas e tem o tamanho de um pernilongo. Em caso de suspeita, a comunidade ode coletar o inseto e levá-lo até o setor de Vigilância Ambiental, que procederá a análise. A eventual coceira após a picada não difere das outras espécies. O mosquito vive em média 30 a 45 dias e chega a colocar 350 ovos. Uma das principais dificuldades no combate ao vetor é que a postura de ovos é feita em diferentes locais, um dos mecanismos que o inseto usa para sobreviver. Um único mosquito pode picar até 30 pessoas. Ao picar alguém infectado, passa a ser um transmissor da doença.
Palestra
Na próxima sexta-feira, dia 18, a prefeitura, por meio das secretarias municipais de Saúde e Meio Ambiente e da Escola de Gestão Pública, promove uma palestra sobre dengue, chikungunya e zika. A atividade será realizada das 8h30 às 11h30, no auditório da Coordenadoria de Tecnologia de Informação e Comunicação (avenida Osvaldo Aranha, 1479). Além de abordar os principais sinais e sintomas das doenças, o evento também apresentará a situação vetorial e o perfil epidemiológico do município, bem como ações para controle e prevenção do mosquito Aedes aegypti. A palestra é aberta ao público com vagas limitadas. As inscrições podem ser feitas em: http://cursos.bentogoncalves.rs.gov.br/cursos.
Foto: Jean Teixeira/Divulgação/Ilustrativa