Como deve ser o clima no Rio Grande do Sul para os próximos três meses
O fenômeno El Niño deve perder força; abril e maio serão meses mais chuvosos, com chances de mudanças bruscas de temperatura
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Os modelos de previsão apontam para um enfraquecimento gradual do fenômeno climático El Niño para os próximos três meses no Rio Grande do Sul, com chances de transição para neutralidade e 60% de probabilidade de formação do fenômeno La Niña no segundo semestre de 2024.
É o que aponta o Boletim trimestral do Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (Copaaergs), coordenado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). As previsões apresentadas pelo boletim são baseadas no modelo estatístico do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e dos modelos do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do INPE (CPTEC) e da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
O prognóstico indica precipitação pluvial variando de normal a acima da média na maioria das regiões do Rio Grande do Sul no trimestre abril-maio-junho, especialmente na primeira metade do outono. No período de abril e maio, o ar mais úmido predomina, enquanto que junho pode ser mais seco, exceto na fronteira com o Uruguai. No mês de maio, a chuva fica mais concentrada na região Norte do Estado.
Eventos com tempestades, rajadas de vento forte e queda de granizo podem ocorrer no Rio Grande do Sul, mesmo com a perda de intensidade do El Niño. Os meses de abril e maio devem ser mais chuvosos que junho, em função da passagem de frentes frias, dos ciclones extratropicais e de áreas de instabilidade que se formam especialmente no Oeste do Estado. Eventos de frio mais intenso podem ocorrer especialmente no Oeste e Sul do Estado. Em junho, a chance aumenta na maioria das regiões, inclusive com formação de geadas.
As temperaturas devem ficar um pouco acima da média mais ao Norte, especialmente na divisa com Santa Catarina; devem ficar próximas da média no Centro e podem ficar ligeiramente abaixo mais ao Sul e Oeste. Ou seja, espera-se contraste térmico em função das massas de ar mais quentes que devem predominar no Brasil Central.
O boletim do Copaaergs é elaborado a cada três meses por especialistas em Agrometeorologia de 14 entidades estaduais e federais ligadas à agricultura ou ao clima.