Como o farmacêutico pode melhorar a adesão ao tratamento medicamentoso?
Segundo estimativas, em 2025, o Brasil terá mais de 30 milhões de indivíduos com 60 anos ou mais, e a maioria deles, cerca de 85%, apresentará pelo menos uma doença crônica. Doenças crônicas caracterizam-se por início gradual, prognóstico usualmente incerto, com longa ou indefinida duração e tratamentos contínuos. Além disso, muitas destas doenças são descritas como “silenciosas”, ou seja, doenças sem sinais aparentes, o que as tornam potencialmente perigosas e com altas taxas de morbimortalidade associadas. Devido a essas características, o manejo de doenças crônicas como diabetes mellitus, dislipidemias e hipertensão arterial acaba sendo um grande desafio para as equipes de saúde, principalmente em aspectos relacionados à adesão aos tratamentos farmacológicos propostos.
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), adesão ao tratamento significa “a medida com que o comportamento de uma pessoa corresponde às recomendações de um profissional da saúde”. Adesão pode também ser compreendida como a utilização de pelo menos 80% dos tratamentos prescritos, observando horários, doses e tempo de tratamento.
A baixa adesão ao tratamento pelo paciente é um relevante problema de saúde pública e também considerada por alguns autores como uma “epidemia invisível”, variando de 15 a 93% para portadores de doenças crônicas, com média estimada de 50%, dependendo do método empregado para a medida (Brasil 2016).
Estudos demonstram que a baixa adesão aos tratamentos terapêuticos é considerada uma barreira importante para o controle das doenças crônicas.
Para a OMS, existem dois tipos de pacientes não aderentes: os involuntários, que por falhas no conhecimento ou interpretação das instruções da equipe de saúde, esquecimento dos horários e desorganização na ingesta medicamentosa, fazem subutilização medicamentosa, e os voluntários, aqueles que optam por não tomar, parcialmente ou totalmente, os medicamentos por múltiplos motivos.
Um local ideal para promover a adesão ao tratamento farmacológico são as farmácias comunitárias. Os farmacêuticos são os profissionais de saúde mais disponíveis para a população em geral. Neste contexto, os farmacêuticos desempenham um papel fundamental a fim de garantir uma boa adesão ao tratamento farmacológico.
Através do cuidado farmacêutico, os profissionais têm a oportunidade de desenvolverem medidas educativas voltadas às necessidades da população, com o objetivo de aumentar o conhecimento dos pacientes sobre sua enfermidade, promovendo e melhorando a adesão ao tratamento. Além disso, o farmacêutico pode detectar problemas relacionados ao uso de medicamentos, orientar, conscientizar e aconselhar os pacientes quanto ao uso correto e seguro dos medicamentos, além de interagir e discutir suas necessidades de saúde.
Se você apresenta dificuldades relacionadas ao uso de medicamentos, procure um farmacêutico. Estes profissionais desempenham um papel essencial no provimento de assistência, informação e conselho sobre medicamentos, bem como monitorando o tratamento e identificando problemas como o da não adesão. Lembre-se: farmacêuticos estão capacitados para auxiliar na promoção da saúde.
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