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Elas não param de crescer durante toda a vida. Muitas vezes, mesmo tentando disfarçar com cabelos compridos, elas insistem em aparecer. O tamanho das orelhas pode ser um trauma para muitos, principalmente quando são as chamadas “de abano”. Em um filme de animação da Disney, Dumbo, um filhote de elefante, sofre com o preconceito por ter orelhas muito grandes, mas mostra superação por aprender a usar um possível “defeito” como qualidade.

Segundo o cirurgião plástico Leonardo Weissheimer, as orelhas de abano ocorrem de forma aleatória no desenvolvimento.  A posição que se deixa a orelha ou o tipo de parto que a criança teve são fatores que não influenciam na caracfterística. “Pode ter uma pequena herança genética, mas cerca de 10% das pessoas terão algum grau de abano”, comenta o médico. A otoplastia ou cirurgia plástica da orelha é, conforme Weissheimer, o procedimento que corrige as orelhas proeminentes ou abertas.

Além do problema anatômico, podem surgir problemas psicológicos devido aos apelidos dados aos pacientes que apresentam tal alteração. “A cirurgia vai recriar as estruturas da orelha, assim como sua posição correta”, explica. A operação deve ocorrer somente após os sete anos. “Mesmo que a orelha não pare de crescer, é nesse período que ela atinge sua formação completa. Um pequeno abano pode se resolver até essa idade”, destaca.

Nos primeiros dias a orelha fica sensível, por isso é preciso evitar traumas e atividades físicas. O resultado do posicionamento pode ser percebido imediatamente. “Após um mês, em média, todas as estruturas já estarão com aparência normal, livre de inchações e vermelhidão do procedimento”, salienta o médico.

Otoplastia

A cirurgia tem o objetivo de tratar as alterações principalmente da cartilagem da orelha, no seu formato, relevo ou posição, que são responsáveis em levar a orelha a ficar aberta. Não é simplesmente tirar um pedaço de pele e grudar a orelha na cabeça. É preciso diagnosticar quais são as alterações da cartilagem que estão presentes e corrigi-las para se obter um resultado natural, simétrico e duradouro.

A cirurgia é realizada com anestesia local e sedação. A cicatriz é posicionada na parte de trás da orelha, não sendo visível mesmo em pacientes com cabelos curtos ou que prendam o cabelo. A orelha tende a ficar inchada e vermelha nos primeiros dias. Alterações de sensibilidade podem ocorrer, com normalização em algumas semanas. O paciente é orientado a não realizar atividades físicas e é preciso utilizar uma faixa modeladora tipo faixa de tenista por um período de três a quatro semanas.

Fonte: Cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Leonardo Weissheimer


Reportagem: Francine Ghiggi

 

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