Conferência destaca igualdade de gêneros
A construção da classificação de gênero na cultura local e a necessidade da quebra desse paradigma foram as principais ideias defendidas entre as ações da 1ª Conferência Municipal de Políticas para as Mulheres de Bento Gonçalves, ocorrida na última quarta-feira, dia 5. A palestra em torno da qual o evento foi organizado, com a historiadora e professora da Universidade de Caxias do Sul, Terciane Ângela Luchese, fez com que os presentes refletissem sobre a necessidade de uma sociedade mais igualitária. “Cada ser humano é diferente por si só, independentemente de gênero”, reforçou a historiadora.
Desde a oferta de produtos diferenciados antes mesmo de a criança nascer, a separação por gênero está presente. Convenções como a imagem da mulher fragilizada e a de que o“homem não chora” são muitas vezes passadas da mãe para os filhos e são negativas tanto para homens quanto para mulheres. “As escolhas não se condicionam nem à natureza, já que muitas pessoas que nascem no corpo de mulher não se sentem assim, e vice-versa”, acrescenta.
As mulheres correspondem a mais da metade da população nacional, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), totalizando mais de 100 milhões de pessoas. Atualmente, são responsáveis por administrar desde suas casas até a política de cidades e do país. “Esse é um tema cada vez mais polêmico, mas precisamos centralizá-lo para que se pense em políticas não só para o público feminino, mas para a sociedade como um todo, que deve ser sempre pensada em relação ao outro”, afirma Terciane.
Para que os participantes da conferência refletissem durante as atividades, ela reforçou que é essencial que se pense em ações direcionadas ao respeito mútuo às escolhas pessoais, independentemente de gênero, raça ou nacionalidade. “As lutas históricas e cada vez maiores para o reconhecimento dos direitos são avanços significativos, mas não são suficientes. O que queremos enquanto mulheres e que relações queremos construir para sermos mais felizes? Qual é o papel das instituições e movimentos sociais para a afirmação dos direitos?”, indagou aos presentes. “Só o fato de termos este momento de discussão já é uma evolução”, conclui a historiadora.
Reportagem: Priscila Pilletti
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