Talvez você ainda esteja planejando onde e com quem passará o Natal e o Ano-Novo. Afinal, é comum familiares e amigos organizarem as festividades juntos. Mas uma certeza já está garantida para o período: a ceia estará mais cara que a do ano passado. Pelo menos é isso que aponta uma avaliação encomendada pela Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) ao Instituto Segmentos e Pesquisas e divulgada na última segunda-feira, dia 27, em uma coletiva de imprensa em Porto Alegre, da qual o SERRANOSSA participou. O levantamento ouviu 200 consumidores de 18 a 65 anos de diferentes classes sociais, entre 3 e 13 de outubro, e 20 diretores de empresas do setor de todos os portes e regiões do Estado.
A pesquisa revelou que os 21 itens apontados pelo consumidor como aqueles que não podem faltar na ceia sofrerão aumento nos preços. A maior alta é nos itens considerados indispensáveis na mesa de Natal e Ano Novo: as aves (peru, chester e frangão), que terão um acrescimento de até 19,1% no preço.
De acordo com o presidente da Agas e diretor da Rede Apolo de Supermercados, Antônio Cesa Longo, o aumento está acima da inflação e a entidade tenta negociar a diminuição dos valores. “A alta no Rio Grande do Sul é maior que a dos outros estados brasileiros, pois tivemos um aumento na margem do ICMS calculada pelo governo. Por causa disso, as vendas destes produtos devem cair em até 5% no Natal. Ainda esperamos que o governo corrija esta distorção na substituição tributária das aves a tempo”, disse Longo, apostando, mesmo assim, que mais de 850 mil aves sejam comercializadas. As demais carnes também sofrerão aumentos. A suína terá um reajuste de 11,8 % e a bovina, principalmente o corte de costela, deve atingir 10% de aumento.
Mesmo com a alta nos preços, a expectativa é que as vendas cresçam 6,6% em relação ao Natal e Ano-Novo de 2013. A pesquisa mostrou que o gasto por pessoa será de cerca de R$ 514. Em média, 49,9% dos gastos totais vão ficar nos caixas dos supermercados, que devem absorver cerca de R$ 2 bilhões dos R$ 9,5 bilhões totais a serem injetados na economia gaúcha pelo 13º salário.
Os aumentos:
Aves natalinas (peru, chester e outros) – 19,1%
Carnes suínas – 11,8%
Carnes bovinas – 10,7%
Cerveja – 9%
Bombons – 6,7%
Refrigerantes – 6,1%
Enfeites natalinos – 6,1%
Produtos alimentícios – 5,7%
Roupas – 5,7%
Panetone – 5,0%
Artigos de lazer – 4,9%
Presentes – 4,8%
Espumantes – 4,2%
Eletrônicos – 4%
Brinquedos – 3,6%
Peixes – 3,5%
Bebidas destiladas – 3,0%
Eletrodomésticos – 2,9%
Vinhos nacionais – 2,6%
Especiarias (passas, nozes) – 2,5%
Bebidas importadas – 1,2%
Dividir as despesas é uma das soluções
Para Margarete Mattia e sua mãe, Noeli Brandelli Mattia, a solução para não sentir no bolso as despesas das festas do final do ano são os tradicionais “cada um leva seu prato” ou “racha”. “Costumamos reunir toda a família neste período do ano. São 16, 17 pessoas. Combinamos que cada um é responsável por preparar algum prato e levar sua bebida. Assim, os gastos são menores, embora os preços estejam mais altos”, aponta Margarete. É o mesmo pensamento de Vera Furlanetto. “Como costumamos reunir a família, vamos dividindo as despesas ou cada um leva seu prato”, conta.
As consumidoras também apontam que pesquisar preços melhores também pode ajudar. “Sabemos que a cada ano os produtos estão mais caros. A gente deveria ter o hábito de pesquisar mais e buscar preços menores. Mas, muitas vezes, acabamos nos acostumando com determinada marca de um produto e optando em pagar mais”, confessa, Margarete.
NÚMEROS DA CEIA DE NATAL
6,6% de aumento nas vendas nos supermercados
5,5% de aumento nos produtos da ceia
R$ 514 é a média de gastos por pessoa para o período
4,8 milhões de espumantes devem ser vendidos no Estado
4 milhões de panetones devem sair das prateleiras dos mercados
2,7 toneladas de aves serão consumidas
Reportagem: Raquel Konrad
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