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Conheça Naco e Fox, a dupla de farejadores que auxilia no trabalho da PRF no Estado

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“Ame o seu trabalho e nunca mais terás que trabalhar”. No caso dos cães Naco e Fox, o mantra popular em todo o mundo nunca fez tanto sentido. Os dois pastores alemães atuam há dois anos na 6ª Delegacia da Polícia Rodoviária Federal (PRF), localizada na BR-470, em Bento Gonçalves. E em meio a muito carinho, cuidados e brincadeiras, a dupla tem auxiliado em grandes apreensões de armas e drogas na Serra Gaúcha e na região metropolitana. Somente neste ano, a PRF informa que foi apreendida 1,5 tonelada de drogas com a ajuda da dupla. Uma das mais recentes foi no dia 17/08, quando os policiais localizaram 9kg de cocaína com um casal de traficantes em Bento Gonçalves, a partir do trabalho dos cães farejadores. 


 

“Os cães possuem essa qualidade para o faro. Nós, seres humanos, temos 5 milhões de células olfativas, enquanto os cães possuem 200 milhões. No cheiro de um jantar, por exemplo, os cães conseguem identificar todos os odores, de todos os ingredientes. Por isso eles são capazes localizar uma grande quantidade de entorpecentes dentro de outros cheiros”, explica o chefe do Grupo de Operações de Cães, PRF Gustavo II.

Naco e Fox foram treinados em um canil de Goiânia (GO) e adquiridos pela PRF por meio de um processo licitatório. Em seguida, foram aprimorados para o trabalho do órgão em Belo Horizonte, por profissionais qualificados da própria corporação. 


Naco à esquerda e Fox à direita
 

De acordo com Gustavo, os cães são utilizados quando há uma “fundada suspeita”, ou seja, quando há uma suspeita real de que o(s) envolvido(s) esteja(m) com objetos ilícitos. “Eles são cães de faro de entorpecentes, armas e munições. Então a maior qualidade deles é a otimização do trabalho. Enquanto antes a gente demorava algumas horas para procurar entorpecentes, agora o tempo é mais curto, porque os cães já nos indicam onde procurar. Em um ônibus com 50 malas, por exemplo, ao invés de fazer buscas de mala em mala, utilizamos os cães”, explica o policial. 

Cuidados com o bem-estar 

Para que os cães continuem auxiliando no trabalho policial, a PRF atenta para a qualidade de vida e para o bem-estar dos cães. Mais do que uma rotina de deveres, a dupla aproveita o dia a dia de diversão e cuidados especiais. De acordo com o Gustavo, Naco e Fox são vistoriados duas vezes por dia, pela manhã e ao final da tarde. Nessas ocasiões, eles recebem atividades para manutenção de sua capacidade cardíaca, além de uma alimentação controlada por veterinários. “Costumo dizer que o nosso contrato veterinário é o sonho de qualquer profissional da área. Porque nós temos atendimento marcado todos os meses, as vacinas estão sempre em dia e há toda uma programação para manter sua saúde. E a gente percebe que o trabalho é uma alegria para eles”, comenta. 

Para que os cães obedeçam às ordens policiais, é utilizada uma técnica psicológica chamada comportamento condicional. “A gente condiciona o comportamento deles para que, quando localizarem o odor, eles tenham a reação que a gente espera. E nisso, eles serão premiados com o que mais gostam, que é a brincadeira, o afeto e o carinho. O tempo todo que o cão está trabalhando, ele está procurando aquilo que foi condicionado, porque ele sabe que se achar, ele vai ter aquela explosão de felicidade. Então para eles é uma verdadeira brincadeira”, afirma. 

O transporte também é pensado para garantir o bem-estar dos cães. Para tanto, foi adaptada uma viatura com ar-condicionado e isolamento acústico. “O compartimento dos cães têm o tamanho de uma caixa de transporte, porque caso aconteça algum acidente, eles ficam protegidos. Então é uma viatura toda adaptada para maior conforto e segurança dos cães”, afirma. 


 

Outra questão relativa ao bem-estar dos animais diz respeito ao contato frequente com entorpecentes. Segundo o PRF, muitas pessoas têm dúvidas se o comportamento dos cães é alterado por conta desse contato. “Não, eles não são viciados em drogas. Eles apenas têm contato com a partícula de odor, que não entra na corrente sanguínea deles”, explica.  

Mantendo contato diário com os animais, não há policial que consiga ficar imune à graça da dupla. Gustavo conta que os dois têm personalidades bem distintas, mas são grandes companheiros. “O Naco é um capa preta de 5 anos. Ao mesmo tempo que é um cão agitado, na hora do trabalho ele é muito concentrado. Ele gosta bastante de brincar e roer as coisas, e é muito alegre”, conta. “Já o Fox é um capa cinza, de 3 anos. É exatamente o contrário do Naco. Quando está solto fica calmo e, quando faz a busca, é mais ativo. É um cão que costuma latir quando está dentro do canil, o que o faz parecer brabo. Mas quando sai, é muito tranquilo”, comenta o policial.

Projeto de ampliação

Atualmente, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) possui canis na maioria dos Estados. Neste ano, as operações com cães foram responsáveis pela apreensão de mais de 37 toneladas de drogas em todo o país. No momento, o órgão está construindo um Canil Central em Brasília, a partir de um convênio de R$ 4 milhões com a Secretaria Nacional de Política sobre Drogas (Senad). A previsão é que a entrega seja feita ainda neste ano. 

Em Bento Gonçalves, o Naco e o Fox são abrigados no antigo canil do Batalhão Rodoviário da Brigada Militar, localizado na própria sede da 6ª Delegacia. O espaço foi reformado para garantir o conforto dos animais. “Agora estamos fazendo uma licitação de contrato de veterinário e tratador de animais. Também já temos outra licitação para selecionar cães. A ideia é que venha pelo menos mais um cão para cá”, revela Gustavo. O órgão ainda pretende abrir outros canis em outras unidades da PRF do estado, a fim de ampliar as operações desse tipo. “Nossos operadores são treinados tanto em cursos da PRF quanto em outras instituições de segurança com as quais temos parceria. Eu mesmo fiz um curso na Força Aérea de Santa Maria e na Polícia Militar de Minas Gerais”, conta. 

Ainda segundo o policial, não são somente cães de raça que podem se tornar cães farejadores, como também animais sem raça definida. “O que acontece é que a gente utiliza certas raças [como Pastor Alemão, Pastor Belga, Labradores, Beagle e Golden] porque assim a gente já tem o histórico da linhagem deles. Já sabemos se o pai possuía alguma doença e se já era um cão de trabalho, o que pode indicar uma pré-disposição para esse tipo de função”, explica. 

As ações do Grupo de Operações com Cães da PRF são divulgadas por meio do Instagram @Goc.prf.rs, onde pode ser acompanhada de perto a atuação dos competentes agentes Naco e Fox. 

Fotos: Eduarda Bucco

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