Construção sustentável: uma nova visão

A sustentabilidade tem ganhado força nos discursos por todo o planeta, apesar de não ser um tema tão recente. A cada dia uma inovação surge e o que antes parecia sem solução passa a ter alternativas cada vez mais criativas. Exemplo disso é o automóvel, considerado um dos mais poluidores e que está ganhando versões mais modernas e com menor emissão de poluentes. Também é possível verificar mudanças em outros mercados, como o têxtil, o de decoração e o da construção civil. A reutilização de matérias-primas e a busca por práticas alternativas, que poluem menos o meio ambiente estão ganhando mais adeptos também em Bento Gonçalves. Pelo menos duas entidades têm suas sedes construídas nos moldes da sustentabilidade e uma empresa de engenharia e construção vem apostando alto em tecnologia para aproveitar os raios solares e, consequentemente, reduzir o consumo de energia nas edificações que constrói (confira abaixo).

A expressão “construção sustentável” surgiu com o propósito de minimizar os impactos ambientais causados pelo setor. Segundo artigo publicado no site do Ministério do Meio Ambiente, mais de 50% dos resíduos sólidos gerados pelas atividades humanas, são provenientes do setor, um dos que mais consome recursos naturais e utiliza energia, gerando consideráveis prejuízos. 

É recomendado, antes de iniciar a construção de qualquer empreendimento, elencar e avaliar os possíveis impactos que a obra exercerá sobre o entorno, a fim de evitar danos ao meio ambiente (seja no ar, na água, no solo, na flora, na fauna e/ou no ecossistema). É importante ainda a seleção de materiais atóxicos, recicláveis e reutilizáveis, minimizando assim a geração de resíduos, além de reduzir o consumo de água potável e buscar alternativas para que ao menos parte da energia elétrica utilizada no prédio, seja oriunda de fontes alternativas. 

Conforme a Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA), são oito os princípios básicos de uma construção sustentável: qualidade ambiental interna e externa; redução do consumo energético; redução de resíduos; redução do consumo de água; aproveitamento de condições naturais locais; implantação e análise do entorno; reciclar, reutilizar e reduzir os resíduos sólidos; e inovação.

Apesar de o preço do material ser mais elevado que o tradicional, o custo-benefício vem ganhando cada vez mais adeptos preocupados com a atual situação do planeta.


Sede sustentável

A sede da Associação Gota d’água (foto acima) conta com dois pisos no quais foram utilizadas madeiras de reflorestamento. Toda a água da chuva é coletada e utilizada nos banheiros e no jardim da instituição. O posicionamento com frente norte garante melhor aproveitamento da luz solar e permite que seja mais fresca no verão e mais aquecida no inverno. A casa ainda possui amplas janelas envidraçadas e aquecimento solar, diminuindo o consumo de energia elétrica. 

Uma ala anexa foi construída com material de demolição, tijolos ecológicos, telhas de material reciclado e janelas que já não eram úteis em outra entidade. A cobertura dos dois prédios foi feita com os chamados telhados vivos, nos quais foram plantadas ervas e temperos utilizados pela própria entidade. A edificação contou com a parceria da construtora Poletto, Fiema e Rotary São Francisco.

Alta tecnologia

O novo prédio do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Bento Gonçalves (Simmme) está sendo erguido dentro das demandas da construção sustentável. Na obra são utilizadas matérias-primas que não agridem o meio ambiente, como escoras de ferro e ponteiras reutilizáveis, blocos de Poliestireno Expandido – um material 100% reciclável e mais resistente – e formas de Geopanel de alta resistência (plástico modular projetado para a construção de paredes de concreto, porões, fundações e pilares). Além disso, o prédio terá central de captação de água da chuva para utilização nos sanitários.

Moderno e sustentável

Trazendo uma nova proposta para o setor imobiliário da cidade, a Engebento engenharia e construções tem elaborado seus projetos valorizando a sustentabilidade. Exemplo disso é o Villaggio di Toscana, que está sendo construído no bairro São Bento e deve ficar pronto até 2015. 

A obra conta com tijolos de concreto celular autoclavado (CCA) – fabricados a partir da mistura de cal e areia siliciosa, possuem melhor isolamento termoacústico e são mais resistentes, em caso de incêndio –, sistemas para captação da água da chuva, que será utilizada nas atividades de limpeza, manutenção do jardim e áreas de uso comum, e com a instalação de 120 painéis solares que abastecerão as áreas coletivas, gerando assim economia para os condôminos e redução na emissão de poluentes na atmosfera. O empreendimento é considerado o primeiro edifício sustentável da cidade.

Apesar das vantagens que esses produtos apresentam, o preço é cerca de 20% mais elevado do que os convencionais. Porém, a redução com a utilização dos materiais pode chegar a 30%, durante o uso e ocupação do imóvel.

Reportagem: Katiane Cardoso


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