Conta de luz tem reajuste de 23% em Bento
A previsão de reajuste nas contas de luz em Bento Gonçalves e outros 263 municípios gaúchos atendidos pela Rio Grande Energia (RGE), divulgada ainda em abril pelo SERRANOSSA, se confirmou nesta semana. E com sobra: há dois meses, o cálculo apresentado pela TR Soluções, empresa mineira de consultoria na área e responsável pela projeção, era de 20% – na última quarta-feira, 17, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou o aumento que, para os consumidores residenciais, ficará em 23,08%.
Como passou a vigorar já no dia 19, às vésperas da chegada do inverno (21 de junho), a elevação não deve ser sentida integralmente na conta a ser paga nos primeiros dias de julho, refletindo apenas de forma parcial sobre aquela fatura. Contudo, na de agosto, após o novo índice incidir sobre 30 dias de consumo, a alta refletirá de maneira completa no bolso dos clientes da concessionária. Na média que considera todas as diferentes classificações tarifárias aplicadas pela companhia, o reajuste ficará um pouco abaixo, em 22,77%.
De acordo com a Aneel, a principal justificativa para o aumento foram os custos que a distribuidora teve com compra de energia, em virtude do término de alguns Contratos de Comercialização de Energia Elétrica no Ambiente Regulado (CCEEAR) – que são mais baratos por considerar a energia já disponível no mercado – e a consequente necessidade de suplementação com contratos de energia por disponibilidade, que envolvem energia térmica, mais cara. O cálculo aprovado pela agência inclui ainda custos da atividade de distribuição.
Indústria em alerta
Além de atingir economias residenciais, o reajuste também afeta o setor industrial, que manifesta temor com mais uma carga nas despesas de produção. “A indústria moveleira de Bento Gonçalves reage com preocupação aos aumentos nos custos da energia elétrica, que no Brasil já são um dos mais altos do mundo. Conforme dados da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), o Brasil ocupa a 11ª posição no ranking de 28 países selecionados. Como exemplo, o custo médio industrial de energia elétrica no Brasil é 142,3% mais alto do que nos Estados Unidos e 54,2% mais alto do que na China. Além disso, a expectativa de custos para o final de 2015 faria com que o Brasil passasse a ter o 4º custo mais caro, ultrapassando Japão, México, Portugal, El Salvador, Turquia, República Tcheca e Colômbia”, ressalta o presidente do Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis), Henrique Tecchio.
Tecchio acrescenta ainda que, de acordo com o levantamento da Firjan de maio de 2014, o custo final da energia elétrica para o setor industrial brasileiro já teve um aumento de 6,1% em relação ao início do ano. “Mantendo a previsão realizada, na comparação com janeiro de 2013, o custo médio da energia elétrica ao final de 2015 aumentaria 60%. Vale lembrar que o custo de energia elétrica no Rio Grande do Sul é maior do que nos estados de São Paulo e Paraná”, finaliza o presidente do Sindmóveis.
O que muda
Para os consumidores residenciais, o maior grupo atendido pela RGE, o aumento será de 23,08%. Por exemplo: uma família que gasta R$ 50 por mês em energia elétrica passará a pagar aproximadamente R$ 61 na fatura. Se o gasto mensal for de R$ 75, irá para R$ 92. Caso a conta seja de R$ 100, avança para R$ 123. Como o reajuste entra em vigor com o mês de junho em andamento, o aumento no valor a ser pago pelos consumidores só será sentido de forma integral na conta que vencerá em agosto, após um mês completo de consumo.
Reportagem: Jorge Bronzato Jr.
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