Continuam buscas por bando que atacou em Cotiporã

O Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO-Serra) divulgou detalhes da megaoperação que resultou na morte de três assaltantes e na libertação de nove reféns no último domingo, dia 30, no município de Cotiporã. Segundo informações oficiais do órgão, as buscas por sobreviventes do bando de Elisandro Rodrigo Falcão – foragido número 1 do Estado, morto durante a troca de tiros com a polícia – continuam na região. Estima-se que entre dois e quatro bandidos ainda estejam refugiados em áreas de mata densa, na divisa entre Bento Gonçalves e Cotiporã. Eles estão fortemente armados e são considerados perigosos.

Segundo o CRPO, o poder de fogo da quadrilha pode ser percebido pelo armamento encontrado com os integrantes: uma pistola marca G-Cherokee, calibre 9mm, de fabricação israelense; uma pistola, marca Taurus, calibre 380acp, com numeração raspada, oxidada, e coronha de borracha; uma pistola, marca Springfield Armory, calibre 45, oxidada, com coronha de borracha; um fuzil, sem marca aparente, sem numeração aparente, calibre 556, oxidado, com coronha retrátil; três carregadores de fuzil, calibre 556, sendo dois vazios e um com 30 cartuchos; dois carregadores de pistola calibre 9mm (um municiado e um vazio); dois carregadores de pistola calibre 380 (um municiado e um vazio); dois carregadores pistola calibre 45, sendo ambos municiados; 40 cartuchos calibre 556; oito cartuchos calibre 380; 18 cartuchos calibre 9mm; quatro cartuchos calibre 556; dois cartuchos calibre 45; quatro cartuchos calibre 38; um revólver, marca Rossi, calibre 38, com numeração raspada, oxidado, e com cabo de borracha; além de 5kg de dinamite e “miguelitos” (instrumentos feitos de ferro, que são deixados na estrada para furar pneus).

Quem tiver informações sobre o paradeiro dos demais integrantes do bando deve entrar em contato imediatamente com a Brigada Militar, através do telefone 190.

Como tudo aconteceu (segundo o CRPO):

*A ação começou com a chegada dos bandidos ao centro de Cotiporã por volta da 1h30 de domingo, dia 30, onde renderam populares que estavam em um bar na principal praça da cidade, situado em frente à fábrica de joias que era alvo da quadrilha.

*Com auxílio de dinamite, os ladrões fizeram cerca de dez explosões na fábrica para ter acesso às joias da empresa, provocando danos de grande monta e levando todos os objetos que encontraram.

*Uma guarnição de Caxias do Sul que trabalhava com a possibilidade de ação da quadrilha na região graças à investigação preliminar do serviço de inteligência da Brigada Militar, estava próxima da cidade e deslocou-se assim que soube do ocorrido. Eram quatro policiais na viatura.

*Na estrada que dá acesso a Bento Gonçalves, os policiais se depararam com um Astra prata que seguia no sentido contrário em alta velocidade. Ao passar pela viatura, os ocupantes do veículo dispararam tiros de fuzil que atingiram o para-brisa traseiro. Em seguida, os policiais desceram do carro e se protegeram. Outros dois veículos chegaram ao local, um Audi e uma caminhonete Fiat Strada. No Audi havia um bandido e o material do roubo. No outro, além dos bandidos, estavam os reféns que foram obrigados a tirar roupas (homens) e calçados (mulheres).

*O assaltante que dirigia o Audi foi morto com disparos de arma de fogo que atingiram a cabeça. Ele foi identificado como Sérgio Antônio Ritter, de 38 anos.

*Na Fiat Strada, roubada no momento da ação, estava o foragido número 1 do Rio Grande do Sul, Elisandro Rodrigo Falcão, de 31 anos. Ele usava um colete à prova de balas e touca ninja e portava um fuzil. Falcão usou os reféns como escudo e foi morto com diversos disparos de arma de fogo quando se posicionou em um ponto mais alto da caminhonete buscando ter uma visão privilegiada dos policiais.

*Nesse momento algumas vítimas conseguiram fugir e se abrigar do tiroteio. A ação continuou com a morte de outro integrante da quadrilha, identificado posteriormente como Paulo César da Silva, de 38 anos.

*Segundo o CRPO, durante o confronto houve tentativa de negociação para que os integrantes do bando se entregassem. Falcão, o líder do grupo, fez ameaças, dizendo que um policial já estava morto – um soldado da BM baleado no braço e na perna desmaiou, o que fez com que os bandidos pensassem que não havia resistido aos ferimentos – e que eles não se entregariam.

*Durante a troca de tiros dois policiais ficaram feridos, mas passam bem. A viatura foi alvejada por diversos disparos.

*Entre os reféns, houve apenas um ferido. Ele foi atingido por estilhaços de vidro, mas passa bem.

*Os 5kg de bananas de dinamite encontrados pela polícia foram explodidos pelo GATE.

*O Astra usado pelos bandidos foi abandonado na Linha 14 de Julho, localidade entre Bento Gonçalves e Cotiporã, onde sete pessoas da mesma família foram levadas de dentro de casa. O veículo não estava em situação de roubo/furto.

*Por volta das 22h30, foram localizados os nove reféns, entre os quais seis mulheres, uma criança e dois homens. Eles estavam em uma clareira dentro da mata, na localidade de linha Santa Lúcia, interior de Cotiporã, a cerca de cinco quilômetros de onde ocorreu o ataque. As vítimas contaram aos policiais que foram rendidas enquanto dormiam por dois homens armados, que as obrigaram a ficar em silêncio. Todos passam bem. Nesta terça-feira, dia 1º, o grupo recebeu a visita do governador do Estado, Tarso Genro, que esteve acompanhado pelo secretário estadual de Segurança Pública, Airton Michels.

Reportagem: Greice Scotton

É proibida a reprodução, total ou parcial, do texto e de todo o conteúdo sem autorização expressa do Grupo SERRANOSSA.

Siga o SERRANOSSA!

Twitter: @SERRANOSSA

Facebook: Grupo SERRANOSSA

O SERRANOSSA não se responsabiliza pelas opiniões expressadas nos comentários publicados no portal.