Apenas no último domingo, 12 de fevereiro, três casos de afogamento com morte aconteceram em pontos de banho na Serra Gaúcha
No verão de calor intenso, é comum que a população se desloque para áreas de banho, como rios, represas, lagos, lagoas e cachoeiras a fim de se refrescar e curtir o dia com a família e amigos. Contudo, também são comuns os casos de afogamento nestes locais. No último domingo, dia 12 de fevereiro, ao menos três afogamentos foram registrados em pontos da Serra Gaúcha.
Segundo o coordenador da Comunicação Social do Corpo de Bombeiros Militar (CBM) de Bento Gonçalves, Tenente Ozeas Cardoso de Aguiar, a região da Serra tem por característica rios perigosos para banho. Ele destaca que o momento de lazer é válido, mas que todo cuidado é pouco e dá conselhos ao frequentar estes espaços.
“Essa é uma dica importante: não entre na água se não souber nadar; para evitar acidentes, procure se banhar em locais com supervisão de salva-vidas; nunca entre na água após ingestão de álcool ou mergulhe de cabeça; não entre em rios de corredeiras, e se estiver em uma embarcação, utilize colete salva-vidas; se for entrar em rios de corredeiras, mantenha o nível da água na altura dos seus joelhos e utilize colete salva-vidas, pois a profundidade pode aumentar rapidamente”, afirma.
Demais cuidados que devem ser tomados:
- Não superestime sua capacidade de nadar, avalie as consequências de um possível incidente;
- Prefira se banhar em locais rasos e sem correnteza;
- Evite se banhar sozinho, vá com amigos ou familiares, e procure um local de banho conhecido e se possível com salva-vidas;
- Sempre avise o local que está indo para um familiar;
- Não nade após as refeições;
- Antes de mergulhar, certifique-se da profundidade, um acidente pode provocar sequelas irreversíveis;
- Sempre acate as orientações de salva-vidas e atente se às sinalizações;
- Não se afaste da margem do rio.
Tenente Ozeas também alerta o que uma pessoa que esteja se afogando deve fazer para preservar a vida e solicitar ajuda corretamente. “Caso você esteja em um princípio de afogamento, mantenha-se calmo e tente flutuar, colocando a barriga para cima. Desta forma, o rosto ficará fora d’água e os braços livres, permitindo que você chame por socorro. Caso haja correnteza, não tente lutar contra ela; deixe-se levar com as pernas voltadas para o mesmo sentido do rio (protegendo a sua cabeça) e use os braços como leme para se aproximar aos poucos da margem”, pontua.
Há também cuidados e ações básicas para aqueles que veem um afogamento acontecendo e precisam prestar ajuda. “Nesse caso, é muito importante que você não entre na água para fazer o salvamento se não estiver habilitado para isso – você pode se tornar mais uma vítima. Lance algum objeto que ajude [a pessoa] a flutuar e acione os guarda-vidas ou os bombeiros através do número 193”.
Caso William
No último domingo, 12/02, um jovem de 18 anos, identificado como William Noronha, morador de Bento Gonçalves, morreu afogado enquanto se banhava na região da ‘prainha’, próximo a união dos rios Taquari e Carreiro, no distrito de Santa Bárbara, em São Valentim do Sul. Mesmo com o nível da água muito abaixo do normal, o ponto onde o jovem se encontrava, próximo a ponte da ERS-431, apresentava cerca de dois metros de profundidade.
De acordo com informações do Corpo de Bombeiros Militar de Guaporé, que atendeu a ocorrência junto com a Brigada Militar (BM), William e um grupo de amigos tomavam banho no rio, quando, por volta das 16h45, o jovem desapareceu nas águas. Com o sumiço, os amigos começaram a lhe procurar. O corpo de William foi encontrado minutos depois, já desacordado.
Mesmo com tentativas de reanimação, William já estava sem vida após ser retirado da água. Quando chegaram ao local, o Corpo de Bombeiros confirmou o óbito. O corpo do jovem foi levado para o Departamento Médico Legal (DML) de Passo Fundo e a ocorrência foi registrada pela Polícia Civil de Marau.
Caso Sandro
Na manhã de terça, 14/02, após dois dias de busca, foi encontrado o corpo de Sandro Candido Leal, de 41 anos, nas águas da Represa São Miguel, região do Complexo dal Bó, em Caxias do Sul. Leal desapareceu enquanto se banhava nas águas da represa. O corpo da vítima foi encontrado após emergir nas proximidades da curva do barramento. Leal era natural de Uberlândia, Minas Gerais, e estava em Caxias a trabalho.
Conforme o Corpo de Bombeiros de Caxias do Sul, por volta das 17h50 do domingo, a guarnição foi acionada por populares de que um homem havia desaparecido na represa. As buscas foram logo iniciadas e contaram com reforço da equipe de mergulhadores dos bombeiros de Santa Maria, além de apoio da Guarda Municipal e funcionários do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae). Agora, a Polícia Civil investigará o caso.
Caso Antônio
Na tarde de quinta-feira, 16/02, por volta das 17h45, foi encontrado o corpo de Antônio Cardoso da Silva, de 30 anos, que estava desaparecido desde o último domingo, 12/02, no Cachoeirão de Nova Roma do Sul. De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar de Farroupilha, o corpo do homem foi encontrado a aproximadamente quatro quilômetros de onde ocorreu o desaparecimento.
No domingo, 12/02, Silva estava com um grupo de amigos, no Cachoeirão de Nova Roma do Sul, quando se distanciou do grupo e não retornou. Ao perceberem que o homem não voltou, os amigos iniciaram as buscas e encontraram apenas o chinelo dele, boiando na água. O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 16h de domingo para iniciar as buscas, que seguiram até quinta-feira, quando o corpo foi encontrado.