Corpo de Bombeiros Militar orienta técnicas de salvamento em casos de engasgo de bebês
Só no primeiro trimestre de 2023, a corporação já atendeu 16 ocorrências, o que equivale a mais da metade (51,6%) do total de chamados de 2022, quando foram registrados 31 atendimentos
O Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul (CBMRS) faz um alerta sobre o aumento do número de casos de engasgos de bebês. Só no primeiro trimestre de 2023, a corporação já atendeu 16 ocorrências, o que equivale a mais da metade (51,6%) do total de chamados de 2022, quando foram registrados 31 atendimentos. Diante dos riscos de complicações e morte, o CBMRS reforça as orientações para lidar com esse tipo de emergência.
No dia a dia, quando um bebê se engasga, o desespero toma conta dos familiares. O alívio vem, muitas vezes, graças à ação de bombeiros militares, treinados para intervir nesse tipo de situação. Quando são acionados, os agentes se dirigem rapidamente ao local da ocorrência. Algumas vezes, é possível fazer todo o atendimento por telefone, auxiliando algum adulto a realizar, com sucesso, os procedimentos necessários.
Os militares do CBMRS aprendem as técnicas de desengasgo durante as instruções de Atendimento Pré-Hospitalar (APH), fazendo simulações com o uso de bonecos. Segundo a corporação, na prática, o mais comum é que as pessoas liguem para o serviço de emergência do Corpo de Bombeiros Militar (193) e peçam ajuda, mas há casos em que as famílias chegam aflitas aos quartéis, gritando por socorro.
Foi o que aconteceu na madrugada de 12 de janeiro deste ano, quando uma família, desolada, buscou ajuda no 2º Batalhão de Bombeiro Militar do CBMRS, em São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre. Um bebê de apenas 11 dias estava engasgado e foi salvo pela ação dos bombeiros.
Os pais do bebê pararam o carro em frente ao batalhão e pediram socorro. O soldado Friderichs, que estava de serviço naquela madrugada, correu imediatamente até o portão do quartel para atender a ocorrência. Adotando as técnicas adequadas, o militar conseguiu, em alguns segundos, reanimar a criança, para o alívio de toda a família.
Friderichs relata a emoção pela ação bem-sucedida. “O bebê estava muito mal e tive que agir o mais rápido possível. Realizei a Manobra de Heimlich, que é muito conhecida na nossa corporação. Ele estava com uma parada respiratória, e eu consegui fazer com que voltasse a respirar. Os familiares ficaram muito felizes, agradeceram bastante. Foi algo inexplicável: a sensação de salvar uma vida, de dever cumprido”, descreve.
Como agir?
Mesmo cercados de todos os cuidados, os bebês podem acabar se engasgando quando menos se espera, com o próprio leite materno, medicamentos, pequenos brinquedos e outros objetos. O engasgo é uma manifestação do organismo para expelir um elemento que tomou um “caminho errado” durante o ato de engolir. Assim, é necessário expulsar o corpo estranho e desobstruir as vias respiratórias.
A soldado Koch, que integra o CBMRS e também é graduada em enfermagem, explica o passo a passo para o desengasgo de bebês. O processo envolve manobras específicas e exige alguns cuidados. Embora se trate de uma situação delicada, a primeira dica é manter a calma.
“Coloque o bebê de bruços em cima do seu braço, mantendo a cabeça um pouco mais inclinada para baixo. Com a palma da mão, dê cinco tapas no meio das costas, empurrando para a frente. Vire o bebê de barriga para cima em seu braço e efetue, com dois dedos, mais cinco compressões entre os mamilos. Por se tratar de um bebê, a força aplicada deve ser moderada. A manobra deve ser realizada até que a criança chore, consiga expelir o que está obstruindo a respiração ou até a chegada do serviço de emergência”, explica Koch.
Os primeiros socorros devem ser realizados até que seja possível o atendimento especializado. “Mesmo que o adulto consiga desobstruir sozinho as vias aéreas do bebê, é importante procurar o serviço médico”, acrescenta a militar.
Nesses casos, além do 193, do Corpo de Bombeiros Militar, também podem ser acionados os serviços de emergência da Brigada Militar (190) e do Samu (192).
Fonte: Governo do Rio Grande do Sul