A Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) deverá fazer a limpeza das águas e canalização do esgoto despejado por cerca de 50 residências no Lago da Fasolo, no bairro Progresso, em Bento Gonçalves. Além disso, a prefeitura estuda a completa revitalização do lago e do seu entorno, buscando viabilizar com a iniciativa privada investimentos para a criação de um parque ecológico no local.
O acordo de que os trabalhos de limpeza seriam conduzidos pela Corsan foi acertado na semana passada, durante reunião entre representantes da empresa, prefeitura e Ministério Público, que discutiu ações para resolver o problema da poluição do lago. A responsabilidade pelo tratamento do esgoto em Bento Gonçalves é da Corsan, conforme acordo de concessão firmada ainda em 2009. “Quando a companhia assinou o contrato de concessão, assumiu o eventual ônus e o bônus no município”, avalia o secretário de Governo, César Gabardo.
Na segunda quinzena do mês de janeiro, a prefeitura procedeu a retirada parcial das marrequinhas, uma espécie de alga, que estavam localizadas na superfície e impediam a oxigenação da água, causando a mortandade dos peixes. De acordo com ambientalistas, é necessária a retirada de pelo menos 30% da vegetação e a realização da aeração – processo de remoção do gás carbônico que se encontra em excesso devido ao grande volume de bactérias (matéria orgânica). Além desse processo, é preciso canalizar e construir uma rede e caixas coletoras do esgoto residencial.
Entenda
Em 1930 o terreno onde hoje existe o Lago Fasolo pertencia a uma olaria. O local foi adquirido pelo Curtume Fasolo em 1941. A indústria, hoje desativada, utilizava a água para manufaturar couro. Com mais de 26,5 mil metros quadrados, o lago recebeu, durante mais de 30 anos, o esgoto de bairros vizinhos. Somente em 2004 foi solucionado um dos principais focos de poluição: um cano de esgoto que desembocava na água foi desviado.
Em 2009, a antiga administração licitou uma empresa que instalou canos e construiu algumas caixas coletoras do esgoto. Entretanto, a medida não foi suficiente para solucionar o problema. De acordo com informações da prefeitura, a obra realizada para desviar o esgoto do lago foi abandonada. As bombas utilizadas para jogar os dejetos da caixa coletora para a canalização das ruas foram furtadas antes mesmo de entrarem em funcionamento.
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