COVID-19: Anvisa afirma que não há estudos conclusivos sobre a eficácia da ivermectina
A Anvisa emitiu uma nota nessa quinta-feira, 09/07, sobre medicamentos que contêm ivermectina. A substância, conforme notícias veiculadas em todo o Brasil, seria eficaz no tratamento contra a COVID-19. De acordo com a agência, é preciso deixar claro que não há estudos conclusivos que comprovem sua eficácia. "Assim, não há recomendação da Anvisa, no momento, para a sua utilização em pacientes infectados ou mesmo como forma de prevenção à contaminação pelo novo coronavírus", afirma em nota.
Até o momento, não existem medicamentos aprovados para prevenção ou tratamento da COVID-19 no Brasil. Os medicamentos atualmente aprovados são utilizados para tratamento dos principais sintomas da doença, como antitérmicos e analgésicos. Para casos em que há infecções associadas, é recomendado usar agentes antimicrobianos (antibióticos).
De acordo com a Anvisa, a ivermectina é um agente antiparasitário aprovado em 1999 e que, nos últimos anos, demonstrou ter atividade antiviral in vitro contra uma ampla gama de vírus.
De acordo com a base de dados clinicaltrial.gov, até o momento existem 26 estudos clínicos propostos para avaliar a eficácia desse produto em todo o mundo. No Brasil, apenas um estudo foi localizado, realizado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com previsão para conclusão em julho de 2021. "Trata-se de um estudo acadêmico, que não passou pelo procedimento de anuência da Anvisa", afirma.
Além da falta de estudos conclusivos sobre sua eficácia, a agência afirma que não há dados que indiquem qual seria a dose ou duração de uso adequada para impedir a contaminação ou reduzir a chance de gravidade da doença.
A agência também ressalta os perigos da automedicação para a saúde. "O uso de medicamentos sem orientação médica e sem provas de que realmente estão indicados para determinada doença traz uma série de riscos à saúde. No caso da ivermectina, os principais problemas (eventos adversos) são: diarreia e náusea, astenia, dor abdominal, anorexia, constipação e vômitos; em relação ao sistema nervoso central, podem ocorrer tontura, sonolência, vertigem e tremor. As reações epidérmicas incluem prurido, erupções e urticária", conclui.
Foto: SECOM Itajaí/Divulgação