COVID-19 e H3N2: Infectologista esclarece diferenças entre sintomas, prevenção e tratamento
Somente entre o sábado, 01/01, e a quinta-feira, 06/01, foram 137 novas infecções pela COVID-19 em Bento. E apesar da prefeitura confirmar apenas 01 caso de H3N2, SERRANOSSA soube de pelo menos três moradores do município que positivaram em outras cidades
Nos últimos dias, registros de casos de síndromes gripais têm crescido consideravelmente em Bento Gonçalves. Diante da dúvida entre COVID-19 e gripe, especialmente a H3N2, a infectologista do Hospital Tacchini, Nicole Golin, fez um apanhado geral sobre as duas enfermidades.
Quais as diferenças?
Os sintomas iniciais tanto da COVID-19 quanto da Influenza são bastante semelhantes, por isso não é possível definir se uma pessoa está com COVID-19 ou com gripe apenas pelo diagnóstico clínico, ou seja, pela análise do profissional de saúde.
Embora os sintomas sejam parecidos, existem algumas especificidades entre as doenças.
Sintomas da gripe sazonal – os sintomas mais comuns da gripe sazonal são febre súbita, tosse (geralmente seca), dores musculares e articulações, dor de cabeça, mal-estar, dor de garganta e coriza.
Sintomas do H3N2 – costumam ser os mesmos da gripe sazonal, porém com o potencial de causar casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em idosos e imunocomprometidos.
Sintomas da COVID-19 – inicialmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgava os principais sintomas como sendo febre, cansaço, tosse seca, perda do paladar ou do olfato. Após o surgimento das variantes, os sintomas clássicos sofreram mudanças, como aparecimento de coriza, espirros e dores pelo corpo.
A vacina contra a gripe protege da H3N2?
A vacina contra a gripe oferecida nas redes pública e privada este ano não protege contra essa nova cepa. No entanto, tomar o imunizante disponível é altamente recomendável. Isso porque a vacina confere proteção contra os outros subtipos do vírus da gripe e é eficaz contra a “cepa-mãe” do H3N2, embora não contenha ainda a variante que circula atualmente. Ou seja, a vacina causa certa proteção cruzada e oferece algum grau de proteção, então é muito melhor estar vacinado, do que não estar.
Como a doença é sazonal, o imunizante é modificado a cada ano baseado nos três subtipos do vírus influenza que mais circularam no último ano no Hemisfério Sul. A nova versão da vacina da influenza, que será distribuída em 2022, é trivalente, composta pelos vírus H1N1, H3N2 e a cepa B.
Sobre a dupla infecção
Apesar de ser pouco provável, é sim possível que um indivíduo contraia os dois vírus ao mesmo tempo. No RS, o primeiro caso da chamada “flurona” foi confirmado na quinta-feira, 06/01. Ambas as doenças são de alta contagiosidade e causam sintomas semelhantes. A cepa Ômicron tem uma capacidade de transmissão muito superior às cepas anteriores, embora aparentemente cause quadros menos graves.
O mais importante é lembrar que ambas as doenças são preveníveis por vacinas e por medidas de precaução como distanciamento social, uso de máscara e ambientes ventilados.
Mais detalhes sobre a influenza
Atualmente, são conhecidos três tipos de vírus da influenza: A, B e C. De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), os dois primeiros são mais propícios a provocar epidemias sazonais em diversas localidades do mundo, enquanto o último costuma causar casos mais leves.
O tipo A da influenza é classificado em subtipos, como o A H1N1 e o A H3N2. Já o tipo B é dividido em duas linhagens: Victoria e Yamagata. Embora possuam diferenças genéticas entre si, todos os tipos do vírus da gripe podem provocar sintomas parecidos.
Dicas de prevenção
Tanto a COVID-19 quanto a gripe (infecção por Influenza A – H1N1 ou H3N2) são transmitidas por via respiratória e os cuidados preventivos são muito semelhantes. Entre as principais orientações, estão: evitar aglomeração; utilizar corretamente a máscara, cobrindo nariz e boca; manter os ambientes ventilados e o isolamento das pessoas que estão com algum sintoma respiratório.
A vacinação é outro ponto fundamental e há imunizante para ambas. No início da vacinação contra a COVID-19 era recomendado evitar a aplicação simultânea das duas vacinas, mas isso já não é necessário. É possível e seguro fazer as duas vacinas no mesmo dia.
Entre as recomendações, especial atenção deve ser dada à vacinação contra COVID-19, incluindo a aplicação da dose de reforço para todos os indivíduos acima de 18 anos, de acordo com a vacina recebida e/ou condição de saúde:
- A partir de quatro meses da aplicação da segunda dose;
- a partir de dois meses da dose única;
- a partir de 28 dias da segunda dose da vacina para pacientes imunossuprimidos.