COVID-19: histeria ou ameaça?

Na estreia dessa coluna “atualidades”, gostaria muito de estar trazendo, como uma primeira matéria, os dados do balanço da abertura da Movelsul, evento que estava planejado para início na última segunda-feira, dia 16/03. Evento que, acertadamente, a meu ver, foi suspenso pela sua diretoria, capitaneada pelo jovem, porém experiente, presidente Vinícius Pereira Benini, meu amigo, e de seu time por demais qualificado, a quem parabenizo pela iniciativa. 

Esse cancelamento foi fruto da prudência que se espera do homem responsável, atuante em sociedade e preocupado com seus pares. Digo isso considerando o avanço até agora difícil de medir do COVID-19, já que alguns são os casos confirmados, alguns são alarmes falsos e, infelizmente, já apresenta mortes no território nacional.  Sabe-se de um caso de óbito confirmado no estado de São Paulo, na última terça-feira, 17/03, enquanto que já há casos confirmados da doença em Bento Gonçalves, Farroupilha e outras cidades da região e do estado.

Ora, meus queridos, alguns, até pessoas próximas a mim, estão tratando isso como “uma jogada da China” para, como foi das outras vezes, comprar mais empresas, commodities, ações, dólares etc. E pode até ser, não sei! Mesmo que seja, a pandemia está aí. O vírus está à solta.

Temos o exemplo da Espanha, que, desde segunda-feira (16/03), decretou isolamento total, inclusive multando quem andar pela rua sem autorização ou justificativa. Mesma medida adotada na Itália há 15 dias.

Essa mesma China, culpada de disseminar o vírus por interesses econômicos – e mais uma vez reforço que não sei se é e não endosso ainda essa posição –, é a mesma China que surpreendeu o mundo inteiro em, em um prazo impraticável para qualquer outro país, construiu um hospital somente para tratamento do Coronavírus e, posteriormente, fez mais um, com mesma finalidade diante da necessidade. Essa mesma China que, hoje, ao que se sabe, pelo menos pelo que se divulga massivamente, não mais tem problema com o vírus lá originado.

Dessa feita, meus caros, pelos exemplos que temos, citando Itália, de onde vieram nossos ancestrais e Pátria de muitos de nós – afinal, grande parte nós e os bento-gonçalvenses com quem eu convivo se orgulha do passaporte vermelho –, e Espanha, mais vale a prudência do que o risco. Até porque, como diriam nossas “nonas”, muitas vindas da Itália: “prudência e canja de galinha nunca fizeram mal a ninguém”.

Assim, a exemplo da Movelsul, suspensa pela necessidade de observância dos cuidados sugeridos pela OMS e órgãos afins, evitando aglomerações, contatos, lugares fechados e até visitas em hospitais, devemos, nós todos, fazer a nossa parte. Nosso bem-estar, afinal, depende de todos nós, seres coletivos que somos. 

Domingo (15/03), em uma live da “Escola de Criminalistas”, projeto do meu querido professor Jader Marques, o professor Marco Scapin trouxe uma lição bem atual do sentido de liberdade. Disse ele, em minhas palavras, resumindo, que, hoje, minha liberdade não acaba onde começa a liberdade do outro, conceito desde há muito disseminado no meio social e jurídico. Minha liberdade, hoje, começa onde começa a do outro, depende da do outro. Afinal, em situações como essa, a liberdade do outro não pode ser fator que pode vir a me causar algum mal ou exposição a doenças. Até a próxima!

 

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