COVID-19: obesidade tem sido um dos principais fatores de risco, diz coordenador da UPA

O número de óbitos e de pacientes precisando de internação pela COVID-19 em Bento Gonçalves tem gerado um alerta nas últimas semanas. De acordo com o coordenador da Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h), Amauri Vargas, ainda não é possível saber se o município está enfrentando o seu pico, ou se está apenas “subindo a montanha”. 

Com base nos atendimentos realizados na UPA 24h, o médico afirma que tem se percebido um agravamento no quadro dos pacientes com Coronavírus, ocasionado, principalmente, pelas comorbidades. “A gente teve alguns óbitos recentes de pacientes que, pelo menos os que morreram na UPA, já chegaram em estado terminal”, informa. Ainda segundo Vargas, uma das comorbidades mais frequentes, que tem elevado o fator de risco, é a obesidade. Apesar disso, a recomendação para essas pessoas continua sendo a de manter uma rotina de exercícios físicos dentro de casa, para evitar a contaminação.  

“Ainda é cedo para falar, mas a gente teve alguns surtos iniciais que podem ter nos levado a enfrentar a curva do Coronavírus um pouco antes que outras cidades”, acredita. 


 

O protocolo de atendimento

Na UPA 24h, o atendimento segue protocolos diferentes, dependendo da gravidade do quadro. Se o estado for considerado mais grave, ele é internado nos leitos de isolamento, passando pelo exame PCR, a fim de realizar o diagnóstico da COVID-19. Nessa etapa, o paciente passa a ser medicado com remédios específicos para síndromes gripais e para as lesões que elas podem ocasionar, como a pneumonia. Caso seu quadro piore ou apresente sinais de que poderá piorar, ele é transferido para a UTI do Hospital Tacchini ou de algum outro hospital da região com disponibilidade de leitos. 

Caso o paciente apresente sintomas mais leves, ele será atendido na barraca localizada em frente à UPA 24h, a fim  de realizar a triagem. “Esse paciente que está com uma gripe em curso e que tem boa chance de ser COVID, será orientado a realizar o isolamento domiciliar, junto de sua família. A gente tem uma central na secretaria com médicos e outros profissionais da saúde que estão acompanhando esses pacientes. O médico vai ligar todos os dias e, no final do isolamento, vai ser mapeado pra UBS dele e destinado um teste rápido”, explica o coordenador Amauri Vargas. 

Seguindo o protocolo do Ministério da Saúde, os testes rápidos devem ser aplicados após o 10º dia da apresentação do primeiro sintoma. Caso contrário, há grandes chances de o teste simular um falso negativo. “Estamos obedecendo a um caráter epidemiológico. Diferentemente de outras cidades, estamos testando todo mundo com suspeita médica para o Coronavírus, mas de uma forma segura. Não fazendo o paciente esperar na UPA o resultado, respirando ou contaminando outros”, relata. Aqueles que testarem negativo para a COVID-19 entram em uma fila para serem testados para a H1N1. 

Em caso de dúvidas, os moradores podem entrar em contato com a prefeitura pela Central de Atendimento ao Coronavírus: (54) 3055-7017/ 3055-7029 e WhatsApp (54) 99267-1675. O horário de atendimento é das 8h às 21h30, por meio dos telefones e WhatsApp, e das 21h30 às 23h30, plantão somente por WhatsApp.  O serviço tem expediente das 8h às 19h nos finais de semana.

Foto: Eduarda Bucco