CPI das Finanças: Ana Rosa Gobatto depõe

A auditora de tributos da secretaria de Finanças, Ana Rosa Gobatto presta depoimento nesta sexta-feira, dia 23, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga suposto desvio de recursos públicos em Bento Gonçalves. Os depoimentos são abertos somente à imprensa. SERRANOSSA acompanha direto do local.

8h43

Inicia depoimento.

8h45

“Nunca nem suspeitei de Luana”, conta.

8h50

Ela foi afastada do cargo de diretora de Finanças, após seu cargo em comissão (CC) ter sido um dos extintos pelo município. Ela passou a ser coordenadora de departamento. Antes da alteração ela era responsável por assinar documentos na ausência de Menezes. Ela conta que Olívio estava fazendo mudanças internas na secretaria e nem todos os documentos lhe eram passados. Quando entrou em férias em janeiro deste ano ficou sabendo que as paredes de sua sala estavam sendo derrubadas. Nas suas férias, os poderes que ela tinha anteriormente foram repassados para Luana.

8h51

Ao retornar de férias, Ana recebeu uma carta escrita por Menezes, na qual ele agradecia por seus trabalhos e que esperava contar com ela no departamento de auditoria. No mesmo dia, Luana procurou Ana para dar-lhe a notícia.

8h52

“Ele acha que está lidando com máquinas”, comenta Ana, que se sentiu magoada com a atitude de Menezes. Ela está há 17 anos no serviço público. Luana teria dito para Ana que Menezes contou que estava sendo pressionado para tirá-la do cargo.

8h53

Em reunião realizada durante as férias de Ana, segundo comentários de colegas, Menezes comunicou aos funcionários das Finanças que na sua ausência eles deveriam se reportar à Luana.

8h54

“Sofremos muito com a troca de sistema de informática”, conta. “Até me emociono de lembrar tudo o que a gente passou”, complementa. Ela conta que ficaram três semanas sem o sistema funcionando entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano.

8h55

“Fui destituída do cargo sem ter sido avisada previamente”, conta. Questionada se acredita ter sido tirada do cargo a mando do prefeito, Ana diz que não tem como afirmar.

8h56

Ana conta que Luana na época em que acertou contrato com o município disse que não viria para ser contadora, pois o salário era baixo. Ela assumiu como diretora de compras, cargo ocupado anteriormente por Menezes, cujo salário era maior.

8h57

“Algumas coisas a gente percebia que não iam bem em termos de fluxo de trabalho”, conta.

8h58

Ana acredita que a contadora Michele Piletti não sabia de nada.

8h59

Ana confirma que não tem nenhum vínculo político.

9h

“Senti que foi uma sacanagem o que fizeram comigo”, confessa. “As pessoas não têm direito de agir de uma forma que magoem ou outros”, complementa.

9h02

Ana assumiu o cargo de diretora de Finanças após a saída de Rômulo de Jesus Diegues de Freitas da titularidade da pasta. O pedido seria para auxiliar no trabalho do novo secretário, na época, Miguel Baumgartner.

9h04

Ana conta que não fazia a menor ideia do rombo. “Acho que este foi o intuito de me tirar do cargo”.

9h06

Ana conta que havia sido solicitada a realização de concurso público na época em que as duas contadoras engravidaram. Mas explica que no serviço público tudo é demorado.

9h09

Ana conta que Michele ao retornar da licença poderia ter continuado a trabalhar ao lado de Luana, mas o secretário Menezes não quis.  

9h11

Ana conta que relacionamento de Lunelli com servidores das Finanças eram bom.

9h12

Ana conta que em dezembro a secretaria ficou 15 dias sem acesso ao sistema, devido à troca efetuada.

9h19

Ana conta que não sabe como foi encaminhado contrato com a Fundação José Bonifácio.

9h21

Neilene Lunelli (PT) questiona Ana se a pressão para tirá-la do cargo foi feita por parte do prefeito e por que sua retirada não aconteceu na gestão dos secretários que antecederam Menezes. Ela explica que na época de Freitas não ocupava o cargo de diretora de Finanças.

9h24

Neilene questiona se Ana não levou ao conhecimento do prefeito e dos secretários sobre o clima tenso que estava acontecendo na secretaria. “Não levei ao conhecimento porque quando fui destituída do cargo entendi que eu não era mais de confiança nem do secretário e nem do prefeito. Imagina se eu chegasse e dissesse que estavam acontecendo irregularidades, a senhora acha que iriam me dar confiança?”.

9h26

Neilene questiona o fato de candidatos da oposição à prefeitura terem acesso a documentos que apontavam relatório de credores. Ela pergunta à depoente como eles tiveram acesso aos documentos. Ana conta que nunca repassou nenhuma informação a nenhum candidato e desconhece quem o tenha feito.

9h30

Ana não tem conhecimento de funcionários que saíam após horário de trabalho.

9h31

“O clima começou a ficar tenso a partir da troca do sistema de informática, pois a mudança não deu certo de imediato. As pessoas iam lá e queriam pagar e não tinham como pagar. Não conseguíamos imprimir sequer uma guia” afirma Ana.

9h32

Neilene questiona  o fato de ninguém ter levado nenhuma informação ao prefeito. Ana conta que Lunelli estava constantemente na secretaria e que ficava no gabinete do secretário.

9h34

Ana conta que o extrato da conta bancária é tirado diariamente e que o secretário tem acesso a esses dados. 

9h36

Airton Minúsculi (PT) questiona de como então nenhuma irregularidade foi percebida. Ana explica que tesoureiros não tem como mencionar total do déficit, que eles têm somente o acesso ao saldo bancário. “O déficit é orçamentário. O dinheiro é outra coisa. O secretário sabia que o dinheiro estava acabando. Ele sempre soube. As tesoureiras levam a ele todo o dia o boletim da secretaria. Cabia a ele informar ao senhor prefeito. O senhor não concorda comigo?”

9h42

Gilmar Pessutto (PSDB) questiona Ana sobre como era Baumgartner. Ela conta que ele algumas vezes estava de bom humor e em outros não. Ela conta que ouviu boatos de que ele teria recebido dinheiro por fora, mas não sabe se é verdade.

9h44

Ana acredita que Lunelli não tenha acesso aos extratos bancários diretamente, mas que pode solicitar às Finanças.

9h45

Ana diz que não tem como afirmar se foi concedido apenas 1,8% de reajuste ao funcionalismo neste ano por não haver dinheiro em caixa.

9h46

Fim do depoimento de Ana Rosa Gobatto. Próximo a depor é o superintendente da Fundação Araucária. Oberdan de Andrade, às 11h.

Reportagem: Carina Furlanetto

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