CPI das Finanças: confira depoimento de Lunelli
Nesta segunda-feira, dia 19, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que avalia a situação financeira e o suposto desvio de recursos públicos da secretaria municipal de Finanças inicia uma série de depoimentos. O primeiro a depor é o prefeito de Bento Gonçalves, Roberto Lunelli (PT). Por questões de segurança, os encontros são abertos somente à imprensa. O SERRANOSSA acompanha em tempo real, a partir das 8h30, as declarações do prefeito à CPI.
Confira:
8h40
Vereador Vanderlei Santos (PP), presidente da CPI, dá início à sessão. Prefeito Roberto Lunelli já se encontra no plenário.
8h42
Vanderlei Santos: “Não estamos fazendo caça às bruxas. Alguma peça da engrenagem não estava perfeitamente ajustada. Bento Gonçalves sai arranhada e envergonhada desta história”.
8h47
“Sou o que mais quer que toda essa situação venha à tona”, diz Lunelli na abertura do depoimento. Segundo ele, até sexta-feira relatórios com os valores em caixa na secretaria de Finanças devem ser entregues.
8h49
Prefeito promete que relatório oficial de todas as contas da prefeitura será entregue à Câmara.
8h51
Lunelli diz que relatórios do ano passado não condiziam à verdade. “Nós nos guiávamos por relatórios que não existiam”, alega.
8h56
Lunelli fala que houve dois problemas. Um deles é o desvio de recursos por parte da pessoa que ocupava o sistema. Pela última relação feita até o momento, o recurso desviado chega entre R$ 400 mil e R$ 430 mil. Ele garante que irá solicitar a devolução de todos os recursos desviados. Outro problema foi a insuficiência financeira, que pode chegar a R$ 30 milhões. “Não é dinheiro desviado ou roubado. As obras estão terminadas ou andando e não existia o recurso previsto para a contrapartida”, conta.
8h58
Ao ser solicitado para apontar nome de culpados, Lunelli fala apenas no ex-secretário de Finanças, Olívio Barcelos de Menezes.
9h
“Não me lembro de ter participado de mais de três processos licitatórios. Só participei mesmo do Pró-vias, para compra de maquinário”, revela Lunelli.
9h01
“No momento em que as pessoas estão trabalhando comigo, eu parto do princípio de que são de inteira confiança do prefeito. Infelizmente em algumas pessoas eu não devia ter confiado”, afirma.
9h11
Presidente da CPI encerra suas perguntas. Quem questiona agora é o relator, vereador Marcos Barbosa (PRB).
9h14
Lunelli diz que não conhecia Luana Marcon. “Cada secretário tem autonomia para contratar as pessoas para sua secretaria. Durante o tempo que ela esteve aí no máximo conversei com ela dez vezes, dentro da própria sala de trabalho”, conta.
De acordo com os depoimentos prestados ao Ministério Público, houve contradições no depoimento de Luana, que primeiro diz que não tinha muito contato com o prefeito e depois diz que tinha contato constante por telefone. Lunelli nega que teve almoços com ela, que seu contato era apenas técnico, em reuniões com o grupo de trabalho.
9h15
Lunelli fala sobre o decreto que dá poderes à Luana e Menezes. “Houve também com outros secretários. Quando dou esses poderes não é para fazer coisas fora da lei. É para agilizar o processo”.
9h18
Barbosa questiona o motivo de Lunelli não ter tomado providências antes, já que sabia de irregularidades desde agosto. “Tinha que ter a confirmação. O que levou uns dias”, conta. Segundo ele, tinha pessoas que já sabiam há mais tempo que as irregularidades vinham acontecendo, tanto dentro da prefeitura como fora. “Como prefeito, quando chegou a suspeita fui pessoalmente confirmar. Quando houve confirmação, a demissão foi imediata”.
9h23
Em depoimento ao MP, Luana afirma que CCs mantinham funcionários trabalhando em suas residências recebendo pela CCs. Lunelli diz não ter conhecimento deste fato. A empresa terceiriza mão-de-obra no município.
9h34
Barbosa encerra seus questionamentos. Quem pergunta agora é o vereador Gilmar Pessutto (PSDB).
9h35
Lunelli diz não saber o motivo de Luana e Menezes para terem bagunçado as finanças do município. Segundo ele, o tema já era pauta de discussões na cidade desde o final do ano passado.
9h39
Pessutto questiona como Menezes chegou até Bento Gonçalves. Lunelli conta que, quando assumiu em 2009, o processo de compras era antiquado e demorado. Surgiu ideia de fazer registro de compras e se buscou prefeituras que tinham esse procedimento, o que era o caso de Veranópolis. Menezes, que trabalhava na prefeitura de Veranópolis, foi convidado para auxiliar no processo. O antigo diretor de compras saiu da prefeitura e Menezes assumiu o cargo. Na saída do antigo secretário, ele assumiu a pasta.
9h40
“Se jogou dinheiro de papel na LDO. Gastamos mais do que tinha em caixa. Obras foram feitas sem que houvesse dinheiro”, conta.
9h41
Lunelli: “Quando acabou o período eleitoral fomos perceber a insuficiência financeira”.
9h42
Quem questiona agora é o presidente da Câmara, vereador Valdecir Rubbo (PDT).
9h45
“As investigações são importantes para apontar os envolvidos”, diz Lunelli,
9h47
Enquanto Lunelli depõe, um grupo de manifestantes protesta em frente à Câmara. No plenário, é possível escutar algumas manifestações.
9h50
Vereador Neri Mazzochin (DEM) passa a questionar Lunelli.
9h52
“O pagamento foi feito sem a minha autorização”, diz Lunelli sobre contratação da Fundação José Bonifácio por R$ 840 mil, sem licitação, que iria cuidar da folha de pagamento da prefeitura. “Já entramos com ação para devolver recurso por falta de ação do projeto”.
9h54
Mazzochin questiona o gasto de R$ 4,5 milhões de combustível por parte da prefeitura nos últimos quatro anos. Lunelli explica que tem conhecimento do valor e que município tem convênio com todos os postos da cidade. Segundo ele, há relatório mensal das viaturas que foram abastecidas.
9h57
Vereador Vanderlei Santos solicita a chave do carro de Lunelli para que ele possa ser retirado do local.
9h59
Marcos Barbosa questiona por que Luana tinha senha do sistema. Segundo Lunelli, quem dá as senhas é o responsável pelo setor. “Era para agilizar o processo e não ter feito o que aconteceu”.
10h
Vanderlei Santos pede Lunelli para tranquilizar funcionários sobre os salários. Segundo o prefeito, há decreto que determina que folha de pagamento é prioridade. “Sexta teremos todo o relatório, encaminhando datas para pagamento da folha dos servidores”.
10h01
Fim do depoimento. Próximo a depor é o vice-prefeito Gentil Santalúcia, às 10h30.
Reportagem: Carina Furlanetto
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