CPI das Finanças: Elisiane Schenatto depõe
A técnica em contabilidade Elisiane Schenatto depõe à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga irregularidades na secretaria de Finanças de Bento Gonçalves na manhã desta quarta-feira, dia 5. O SERRANOSSA acompanha em tempo real.
9h55
Inicia depoimento.
9h57
Ela conta que trabalhava junto com Luana, mas, quando começou a questionar alguns empenhos, foi afastada da mesma sala.
9h58
Quem tem conhecimento sobre todo processo executado por Luana é a contadora Michele. O processo tem mais de 700 páginas.
9h59
“Luana era muito centralizadora”, conta. “Ela não passava confiança nas informações contábeis repassadas”, complementa. Ela comenta que quando alguém a procurava para solicitar informações, Luana ia atrás da pessoa e dizia que ela era responsável, e não Elisiane.
10h01
“É uma vergonha dizer que ela é contadora. Eu sou contadora e tenho vergonha de dizer que ela também é”, afirma.
10h03
Luana considerava pagamento do cafezinho como despesa pública.
10h04
Elisiane explica que trabalho da contabilidade não inclui verificar se material adquirido foi, de fato, entregue.
10h05
Elisiane explica que o fato de funcionários serem usados como credores era parte do esquema montado por Luana. Elisiane critica vereadores por não terem questionado mais Michele quando ela depôs.
10h06
“Delta foi regressão para o município em termos de sistema”, comenta.
10h09
Atualmente, Elisiane faz parte do controle interno.
10h11
“As alterações que ela fez no sistema, inclusive colocando nome de funcionários, foram feitas para maquiar alguma coisa. Não que estes funcionários sejam fornecedores de peças, por exemplo”, comenta.
10h12
Airton Minúsculi (PT) questiona por que funcionários apontados como credores não teriam se defendido de acusações. Ela explica que, no entendimento dela, eles não estão sendo acusados de nada e que quem não deve não tem por que se defender.
10h13
Ela conta que não se sentiu perseguida pelo prefeito, mas por Luana e Menezes sim.
10h14
“Ela era muito incompetente e não sabia o que era contabilidade pública”, comenta. Ela conta que Luana questionou-lhe o que era UG (Unidade Governamental), algo que qualquer contador público deveria saber.
10h15
Em reuniões, ex-secretário teria dito para ela obedecer Luana. Minúsculi questiona se prefeito teria dado a mesma ordem, mas ela nega. Ele também questiona se prefeito teria como saber de irregularidades cometidas por Luana, de fora da secretaria.
10h19
Elisiane explica que, no ponto de vista contábil e orçamentário, empenhos a serem pagos estavam corretos e por isso eram liquidados. “Nossa parte a gente faz bem feito. O que Luana fez foi bastante atípico. Acho que vai se tornar um case para o Brasil inteiro. Não dá para dizer que os técnicos poderiam ter visto qualquer irregularidade, pois tudo vinha redondo. Ela montou direitinho o que ela queria fazer”, comenta. As irregularidades puderam ser percebidas após alterações no sistema.
10h22
Segundo Elisiane, nenhum outro prefeito deu plenos poderes a contadores dentro da secretaria de Finanças.
10h24
Minúsculi questiona se Luana fez tudo sozinha, pois na campanha política, candidatos da oposição já tinham dados internos da secretaria de Finanças. Ele também questiona se controle interno não funciona. Elisiane comenta que no ano passado foram feitas seis auditorias dentro da secretaria, por amostragem. Neste ano, as auditorias estavam programadas para o quarto quadrimestre. Por instrução do TCE, o controle interno optou por não fazer, por já haverem auditorias suficientes na secretaria.
10h27
Luana não tinha horário de trabalho. “Ela fazia o horário dela”, comenta, acrescentando que nas segundas e sextas-feiras ela geralmente não trabalhava e ficava durante a noite para compensar.
10h28
Ela conta que nunca viu nada semelhante em Bento Gonçalves.
10h29
Vanderlei Santos (PP) questiona Elisiane do que teria provocado toda a crise na prefeitura, que não teria sido apenas os desvios de cerca de R$ 400 mil efetuados por Luana. “Ela esculhambou com o orçamento do município. Ela executou mais despesas do que a receita poderia comportar. Por isso a situação calamitosa”, comenta.
10h30
Fim do depoimento.
Reportagem: Carina Furlanetto
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