CPI do Ipurb pode ser aberta na próxima semana

A Câmara de Veradores pode dar início na próxima semana ao processo de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para tratar do atraso da revelação do relatório da auditoria efetuada no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Ipurb) de Bento Gonçalves. Segundo o presidente da Câmara, vereador Valdecir Rubbo (PDT), dois meses após a conclusão do relatório, o documento ainda não foi encaminhado ao Legislativo nem divulgado à população. A CPI seria uma forma de trazer à tona o relatório da auditoria, iniciada por conta de denúncias de irregularidades em procedimentos do instituto.

“O relatório não veio para nós até agora” afirmou Rubbo. “Se não vier, na semana que vem vamos pedir a abertura da CPI. Foi um investimento alto que o município fez e agora deve dar uma resposta à população”, disse o vereador. Semanas atrás, Rubbo havia dito que esperaria a realização das eleições antes de levantar a possibilidade de abertura da CPI, de forma a não perturbar o pleito.

Segundo o prefeito Roberto Lunelli (PT), o relatório está concluído e será analisado na próxima reunião do Conselho Municipal de Planejamento (Complan), para então ser encaminhado à Câmara de Vereadores. Em nota, o diretor do Ipurb, Luís Filipe Pires Trevisan, explica que a última reunião do Complan ocorreu no dia 9 de outubro e que não há previsão de data para o próximo encontro. “Assim que houver pauta, o conselho será convocado”, informou Trevisan.

O prefeito disse ainda que o documento não trata de questões específicas, e sim da atuação e dos procedimentos do instituto de forma mais abrangente. “Não há busca de culpados no relatório. É um relatório amplo, e não sobre situações pontuais.”

Irregularidades no Plano Diretor

A auditoria no Ipurb teve início em fevereiro, após denúncias de supostas irregularidades e favorecimentos nas votações de alterações no Plano Diretor do município. A ideia, divulgada pela prefeitura, era de que todos os processos do instituto nos últimos dez anos fossem analisados, em um “pente-fino” que traria à tona problemas e apontaria soluções para um melhor funcionamento do Ipurb no futuro.

No início, o prefeito Roberto Lunelli garantiu que o processo todo correria com transparência, com a divulgação dos relatórios. O que ocorreu, no entanto, foi o contrário: os relatórios não foram divulgados – o documento final foi concluído há dois meses – e nem mesmo os membros da comissão comunitária formada para acompanhar o processo tiveram acesso às informações. Por conta disso, a subseção de Bento Gonçalves da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) chegou a anunciar sua retirada da comissão.

Reportagem: Eduardo Kopp

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