As declarações de Menezes condizem com o primeiro depoimento prestado pela diretora da Coordenadoria de Tecnologia de Informação e Comunicação (Ctec), Rita de Cássia dos Santos, uma das poucas a acreditar na inocência do ex-secretário. Após suspeita de irregularidades, a Ctec fez um levantamento dos dados registrados no sistema, que comprovou alterações em empenhos. Com isso foi feita a confirmação dos depósitos no banco. “A iniciativa pioneira de procurar a Polícia Civil, o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado foi minha”, declarou Menezes. Ele classifica os atos de Luana como inconsequentes e acredita que ela os fez por não saber da possibilidade de auditoria no sistema.
Contratação de Luana
A versão dele para a contratação de Luana também condiz com o que foi declarado por Rita: ela foi indicada por alguém que, por sua vez, foi sugerido pela Delta. O município teria recorrido à empresa, pois estava procurando desesperadamente um contador para assumir a função no período de licença-maternidade de duas contadoras concursadas. O contato teria sido feito ainda antes de a Delta vencer licitação para troca do sistema informatizado do município. No início, Luana foi contratada como autônoma, pois o salário exigido – R$ 4,5 mil – era maior do que a média paga aos demais contadores.
Um dos fatores que pode ter contribuído para o desequilíbrio econômico é que Luana realizava empenhos mensais – e não por todo o tempo de duração dos contratos – para a Fundação Araucária e CCS, o que pode ter dificultado a previsão de gastos a longo prazo. “Luana, por algum motivo pessoal muito grave, fez este desatino de começar a roubar de forma inconsequente. Por conta deste desespero e desequilíbrio psicológico, parou de tratar com seriedade os empenhos e de ter cuidado com o orçamento”, acusou Olívio. Segundo ele, já em dezembro de 2011, logo que foi trocado o sistema, Luana cometeu o primeiro deslize. O apontamento foi feito pelo relatório da Ctec, emitido após suspeitas de desvio.
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