Crescimento da economia de Caxias desacelera

A indústria, o comércio e os serviços de Caxias do Sul apresentaram comportamentos bastante distintos em fevereiro. A indústria cresceu 6,3%, porém não foi suficiente para compensar as perdas no comércio, que teve queda de 5,3%, e nos serviços, que caíram 23%. Com isso, o desempenho da economia do município registrou uma retração da ordem de 4,3%. Os números divulgados na última quarta-feira, dia 4, pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC) e Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) demonstram que, em fevereiro, houve continuidade do processo de desaceleração que vem sendo registrado desde o ano passado.

No acumulado de janeiro e fevereiro, a economia local registrou desempenho negativo de 2,5%, ficando a indústria com (-0,3%), o comércio com (-8,5%) e os serviços com (-3%). No acumulado de 12 meses, porém, o crescimento da economia, que em março de 2011 foi de 19,3%, em janeiro deste ano,de 4,1% ,reduziu-se a 2,7%, numa tendência que se aproxima de 0%. Na indústria, o crescimento acumulado de 12 meses foi de 26,6% em março de 2011, em janeiro, de 2,1%, e em fevereiro, de 0,6%. “Estamos no limiar do crescimento para a recessão na área industrial”, alertou o diretor de Economia, Finanças e Estatística da CIC Mauro Corsetti. 

Em relação ao mercado de trabalho, o levantamento mostra que em fevereiro foram criados 2.406 postos de trabalho em Caxias do Sul, um aumento de 1,34% no total de empregos formais. O segmento de serviços foi o que melhor desempenho apresentou, com a criação de 910 novas vagas. A indústria contratou 624 pessoas, seguida pelo setor agropecuário, que abriu 312 novos empregos. “Superamos a barreira dos 182 mil postos de trabalho formais”, ressaltou Corsetti.

No comércio exterior, tanto exportações (-15%) como importações (-7,1%) caíram em fevereiro em relação a janeiro, deixando o saldo da balança comercial negativo em 26,9%. No acumulado de janeiro e fevereiro houve crescimento do saldo de 9,1% e no acumulado de 12 meses também. O crescimento neste comparativo foi de 38,5%. Chamou a atenção o fato de o Chile ter ultrapassado a Argentina na liderança dos principais destinos das exportações caxienses. Para Corsetti, é um indício de que as barreiras impostas pela Argentina estão afetando as vendas para o país vizinho. Depois de Chile e Argentina aparecem Estados Unidos, Holanda, África do Sul, Peru, Colômbia e Uruguai. Já a origem das importações manteve a mesma configuração de meses anteriores, com a China liderando, seguida pelos Estados Unidos, Itália, Alemanha, Japão, Argentina, Espanha e México. Os bens de capital continuam sendo os produtos mais exportados e os mais importados pelas empresas caxienses.

Também diretor de Economia, Estatística e Finanças da CIC, Carlos Zignani avaliou as medidas de incentivo à indústria anunciadas na terça-feira, dia 3, pelo governo federal. Para ele, as medidas são positivas e devem fazer crescer as exportações.

 

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