Bento Gonçalves segue sendo o maior polo moveleiro do Brasil, mas seu crescimento em 2013 foi muito menor do que nos últimos cinco anos. Enquanto de 2009 para 2010 a cidade aumentava sua produção em pouco mais que 11%, de 2012 para 2013 o crescimento foi de apenas 1,19%. Pelo menos é isso que aponta o Relatório Setorial da Indústria de Móveis no Brasil, encomendado pela Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs) e realizado pelo Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI), que foi apresentado na última semana durante o XXIV Congresso Movergs.
Mas o tímido crescimento não ficou restrito somente a Bento Gonçalves, mas também a outros grandes polos no Brasil, como o interior de São Paulo, que aumentou sua produção em 6%, e Arapongas, no Paraná, que cresceu apenas 1,1%. O relatório apontou que em Bento, as linhas de produtos mais produzidas são cozinhas e dormitórios. No Rio Grande do Sul, o polo moveleiro local representa 10,1% de toda a produção gaúcha, e 20,3% em número de pessoas empregadas.
Exportações em alta no estado
Em 2011, o Rio Grande do Sul ultrapassou Santa Catarina e se tornou o maior Estado exportador de móveis do país. Já em 2013, as vendas externas representaram 30,7% do total de exportações brasileiras de móveis, incluindo os colchões. O Estado é muito representativo nas exportações, mas em termos de importações suas compras externas não passam de 6,9% do total do país.
Dentre as principais linhas comercializadas, assim como no restante do país, o grande destaque da pauta são os móveis prontos, que correspondem a 90% dos valores exportados pelo Estado, sendo o móvel de madeira para dormitório responsável por 47,4% da exportação gaúcha. Nas importações, o destaque fica com partes e assentos, que representam 71% do total importado pelo Rio Grande do Sul em 2013.Com exportações de US$ 210,6 milhões e importações de US$ 51,4 milhões, o Estado gerou divisas de US$ 159,2 milhões para a balança comercial brasileira de 2012.
6% em 5 anos
De acordo com o diretor da IEMI, Marcelo Vilin Prado, a indústria moveleira nacional vem apresentando um desempenho extraordinário, comparativamente ao desempenho do PIB, com taxas de crescimento superiores a 6% ao ano em volumes, nos últimos cinco anos. Para Prado, o número vem se sustentando em função dos expressivos investimentos em máquinas e instalações produtivas e pela agregação de um contingente ainda maior de empregados. Porém, as expectativas para os próximos cinco anos são de um baixo ritmo de crescimento. “As empresas nacionais, já ampliadas e modernizadas, terão que impor um novo padrão de concorrência e buscar novos caminhos”, comenta.
Em 2013, a produção mundial de móveis apresentou alta de 3,7% em relação a 2012. A Ásia, continente da gigante China, é responsável por mais de 54,4% da produção mundial e 46% das exportações. O Brasil detém 3,7% da produção mundial, mas praticamente quase tudo é consumido no país e não há percentual significativo de importação (0,5%) nem de exportação (0,4%) em termos mundiais.
Para o presidente da Movergs, Ivo Cansan, os indicadores atestam a validade da contribuição das indústrias para o crescimento econômico e social e o compromisso de zelar pela expansão do segmento.
Raio-x
Produção de móveis | Bento Gonçalves
2009 – 67.258
2010 – 75.154
2011 – 77.921
2012 – 83.216
2013 – 84.213
Setor de móveis e colchões | RS 2013
2.580 empresas
44.574 empregados
93 milhões de peças produzidas
US$ 210,6 milhões em exportações
US$ 51,4 milhões em importações
R$ 223,2 milhões em investimentos
Pessoal ocupado | Rio Grande do Sul
2009: 35.840
2010: 38.441
2011: 40.855
2012: 43.475
2013: 44.574
Indústrias de móveis e colchões | Brasil
2009: 12.633
2010: 15.459
2011: 16.463
2012: 17.530
2013: 18.672
Números gerais | Brasil 2013
18,7 mil empresas
328,6 mil funcionários
511,8 milhões de peças produzidas
R$ 42,9 bilhões produzidos
R$ 1,492 bilhão de investimentos
US$ 686,4 milhões em exportações
US$ 744,4 milhões em importações
Fonte: Relatório Setorial da Indústria de Móveis no Brasil, encomendado Movergs e realizado pelo Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI)
Reportagem: Raquel Konrad
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