Criação da Zona Franca da Uva e do Vinho é debatida em audiência pública

Prefeitos, vereadores, representantes de 16 cidades da região e entidades ligadas ao setor vitivinícola se reuniram em Bento Gonçalves na última sexta-feira, dia 6, para debater a implementação da Zona Franca da Uva e do Vinho. O projeto de lei (9045/2017) é iniciativa do deputado federal João Derly (REDE-RS) e da Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia da Câmara Federal. Os debates que já vinham acontecendo no Congresso Nacional chegaram à Serra Gaúcha. O evento aconteceu no Spa do Vinho que fica localizado no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves. 

A intenção do projeto é desenvolver a vitivinicultura local e o enoturismo na região, além da natural e necessária geração de empregos. Para tanto, ele pretende enfrentar o problema da elevada tributação que sobrecarrega a cadeia vitivinícola e que gera uma concorrência desleal, principalmente com produtos de fora do Brasil. Por ano, segundo a Aprovale, mais de 400 mil turistas visitam o Vale dos Vinhedos, mas o potencial é muito maior. "A pequena isenção de impostos que a Zona Franca propõe será revertida com muitos empregos gerados a partir da vinda de investimentos e crescimento de diversos setores da cadeia do enoturismo como hotelaria, gastronomia e comércio", explanou João Derly.

O prefeito de Bento Gonçalves, Guilherme Pasin, conclamou a união de toda a região na busca da aprovação: "A união de forças para a conquista de um objetivo que é tornar o projeto uma realidade é lutar pelo desenvolvimento socieoconômico das nossas cidades. São vários setores como hoteleiro, gastronômico, comercial e de urbanismo que sairão beneficados" e lembrou: "Apenas uma em cada dez garrafas de vinho consumidas no Brasil é de vinho produzido aqui e isso não se deve qualidade superior do vinho importado, já que o nosso também é muito bom, mas pela brutal diferença tributária que deve ser enfrentada", encerrou.

A representante da Aprovale, Deborah Villas-Bôas Dadalt, é uma das idealizadoras da iniciativa e elencou: "O primeiro passo é construir pontes, integrando todos setores. Por que o governo perde em arrecadação em um ponto, ganhará com o desenvolvimento de todo o resto da cadeia do enoturismo. A arrecadação sobre o vinho, ressalto, é pequena, mas os ganhos a partir dessa isenção serão enormes. Trazendo investimentos nas áreas de turismo, hotelaria, gastronomia, varejo e, claro, do produtor. Tudo isso gerando muitos empregos", ressaltou. 

O prefeito de Garibaldi foi categórico ao defender o projeto: "Não vamos perder a arrecadação, vamos ganhar. A isenção será ínfima perto dos ganhos que todos os outros setores renderão. Eu vejo isso como uma grande cartada da região. Por isso contem com o apoio integral de Garibaldi nessa busca", disse.

A Zona Franca inicialmente começaria pelo Vale dos Vinhedos, se estenderia para as demais cidades comtempladas. Os 23 municípios beeneficados são: Bento Gonçalves, Garibaldi, Monte Belo do Sul, Antônio Prado, Boa Vista do Sul, Carlos Barbosa, Caxias do Sul, Coronel Pilar, Cotiporã, Farroupilha, Flores da Cunha, Guaporé, Ipê, Nova Pádua, Nova Prata, Nova Roma do Sul, Pinto Bandeira, Salvador do Sul, Santa Tereza, São Marcos, São Valentim do Sul, Veranópolis e Vila Flores.

Também estiveram presentes os prefeitos de Monte Belo e Santa Teresa, o diretor comercial da Ibravin, Diego Bertolini, a diretora executiva do Segh, Marcia Ferronato, e vereadores de diversas cidades da região, secretários municipais e representantes da sociedada civil.