Crise na prefeitura atinge Educação Infantil

As ramificações da crise sem precedentes que assola os bento-gonçalvenses parecem estar longe do fim. Na semana passada, os problemas começaram a ser sentidos na área da saúde, com ordens para racionar medicamentos e material médico-hospitalar e restrição de exames para casos de extrema urgência. Nesta semana, o caos afetou a educação infantil. À espera de pagamento, muitos terceirizados e estagiários que trabalhavam nas creches do município optaram por faltar ao trabalho até que o impasse se normalizasse. A situação ficou tão delicada que algumas escolas passaram a atender em meio turno. Em outras, durante a tarde eram mantidas apenas as crianças cujos pais não tinham parentes ou conhecidos com quem deixar os filhos. 

Na segunda e na terça-feira desta semana, dias 12 e 13, o SERRANOSSA entrou em contato com todas as Escolas Municipais Infantis (EMIs). Nas instituições onde os concursados são maioria, a falta de pagamento gerada pela crise quase não é sentida. “Estamos nos virando por enquanto”, foi a frase mais usada para retratar a situação. Os casos mais graves foram verificados nas creches onde a maioria do quadro funcional é composta por estagiários e terceirizados da Fundação Araucária. 

Uma das creches mais afetadas foi a Lar dos Pequeninos, no Jardim Glória. Na tarde de segunda-feira, por exemplo, apenas quatro funcionários estavam trabalhando, menos de um terço do que normalmente ocorre. Da sexta-feira da última semana, dia 9, até a terça-feira, dia 13, a escola ficou fechada à tarde. No dia seguinte, porém, a situação começou a ser normalizada.

Em outras escolas não foi preciso adotar medidas tão drásticas. Na escola Criança Feliz, no Zatt, uma assembleia com os pais chegou a ser realizada na segunda-feira, mas o atendimento em apenas meio turno foi descartado. Entretanto foi solicitado aos pais, nos casos em que fosse possível, que não levassem as crianças à escola no turno da tarde em função do número reduzido de funcionários. O mesmo aconteceu na escola Doce Infância, no Aparecida. 

Outro problema que agravou os atendimentos no início da semana foi um protesto organizado por um pequeno grupo de estagiários. Eles se reuniram na frente da prefeitura para reclamar do atraso nos salários. Em razão disso, na escola Primeiros Passos, no bairro Conceição, os pais foram chamados às pressas para buscar os filhos na tarde de segunda-feira. No dia seguinte, a situação voltou ao normal. 

Remanejamento 

A resposta da prefeitura para contornar o problema é o remanejamento de terceirizados e estagiários que começou a ocorrer já na quarta-feira, dia 14. O SERRANOSSA tentou contato com a secretária de Educação, Jaqueline Fávero, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. 

Reportagem: Carina Furlanetto

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