Cuidado com as mães-d’água

A temporada é de calor e férias e, para muitos, a praia é o destino preferido da estação . O mar, porém, não é tomado apenas por banhistas: as mães d’água, também chamadas de águas-vivas, são alguns dos perigos ocultos sob a água. Estes animais marinhos possuem filamentos que liberam veneno para paralisar presas, e causam queimaduras quando entram em contato com a pele dos seres humanos.

Muitas vezes pode acontecer de a pessoa não ver o animal boiando na água e só sentir a dor. Conforme a dermatologista Bruna Köche, de Caxias do Sul, os principais sinais do contato com a água-viva são ardência e queimação no local. Para tratar a lesão, Bruna comenta que existe um soro específico, mas que no Brasil não é usado. “Primeiro deve-se remover os tentáculos usando luvas ou pinças, nunca tocar com a mão nua”, alerta. Ela explica que se deve aplicar compressas com água do mar e que pode ser aplicado vinagre, pois o ácido acético desativa o veneno. “Nunca se deve urinar no local ou lavar com água doce”, ressalta Bruna. A água doce, ao invés de ajudar, pode ativar ainda mais o veneno. Além disso, como a área atingida está sensível, precisa ficar protegida do sol. A intensidade da queimadura pode variar conforme a espécie da água-viva.

Caso a lesão não seja tratada corretamente, o problema pode se agravar e provocar danos mais sérios. “Pode apresentar vermelhidão no local, formação de bolhas, necrose superficial da pele e, nos casos mais graves, vômitos, cãibras, desmaios, problemas cardíacos e respiratórios”, descreve a dermatologista. As queimaduras por água-viva não costumam deixar marca, mas há casos, dependendo do tipo de pele e de como foi o tratamento, em que o local atingido pode ficar com alguma mancha ou cicatriz.

O que são as águas-vivas

Segundo o Departamento de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, as águas-vivas são cnidários, animais de estrutura radial que, na fase de medusa, possuem tentáculos ao redor da cavidade oral (boca) capazes de gerar ação tóxica e alérgica. Dentre as diferentes classes encontradas no Brasil, as que se destacam são Hidrozoa e Cubozoa. Os indivíduos da classe Hidrozoa na fase medusa apresentam o corpo em forma de bexiga, permitindo flutuação, possibilitando sua visualização na superfície. São também chamados de caravelas e apresentam tentáculos na parte inferior do corpo. Na Classe Cubozoa estão presentes as também chamadas águas-vivas, que possuem corpo em forma de guarda-chuva. As caravelas são as mais perigosas e seus tentáculos podem medir até 30 metros, além de ser comum serem encontradas em grupos. No Brasil as espécies mais comuns são Physalia physalis (Classe Hidrozoa) e Tamoya haplonema (Classe Cubozoa).

Francine Ghiggi

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