Cuidados com a saúde dos homens devem ser diários e preconceitos esquecidos
Criado em 1992, o Dia Nacional do Homem visa conscientizar a população masculina sobre a necessidade de cuidar da saúde
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as expectativas sociais em relação aos homens — de serem provedores de suas famílias; terem condutas de risco; serem sexualmente dominantes; evitarem discutir suas emoções ou procurar ajuda — estão contribuindo para maiores taxas de suicídio, homicídio, vícios e acidentes de trânsito, bem como para o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis.
O relatório “Masculinidades e saúde na região das Américas”, produzido pela OMS, destaca que “modos tradicionais de ser homem” entendem as práticas de cuidado e de busca por ajuda como símbolos de fragilidade e fraqueza, o que induz os homens a procurarem menos os serviços de saúde.
Na última segunda-feira, 15/07, quando foi celebrado o Dia Nacional do Homem, o Ministério da Saúde reforçou a importância da Política Nacional de Atenção à Saúde do Homem (PNAISH). A política tem sido fortalecida buscando enfatizar a necessidade de mudar a percepção da população masculina em relação ao cuidado com a saúde e daqueles que fazem parte de seu círculo. O foco está em derrubar o aspecto cultural que distancia os homens das práticas de cuidado e autocuidado.
Apesar disso, no Brasil, a Secretaria de Atenção Primária à Saúde (Saps) constatou um dado positivo: em 2023, foram realizados 119,4 milhões de atendimentos individuais a pessoas do sexo masculino na atenção primária. Isso representa 33,5% do total de atendimentos individuais registrados no período.
Os mais de 119 milhões de atendimentos representam um aumento de 24,5% do total de atendimentos realizados em 2022. Em relação às consultas de pré-natal do parceiro registradas no Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (Sisab), foi registrada a ampliação de 22,4% no número de consultas realizadas entre 2022 e 2023. Em 2023, foram registradas 69.688 consultas de pré-natal do parceiro em 1.671 municípios.
Expectativa de vida
Apesar do aumento da expectativa de vida, os homens ainda vivem 7 anos a menos que as mulheres. A OMS alerta que 1 a cada 5 homens nas Américas não chegará aos 50 anos de idade. Isso devido a comportamentos de risco à saúde relacionados diretamente com o exercício de modelos tradicionais de masculinidade.
Além disso, os homens apresentam maior risco de morte do que as mulheres por doenças crônicas não-transmissíveis, principalmente para doenças cardiovasculares e doenças respiratórias crônicas, com 40% a 50% mais risco de morrer por uma dessas doenças.
Curiosidade
No Brasil, o “Dia do Homem” foi proposto pela Ordem Nacional dos Escritores em 1992. Desde esse ano, as atenções para tal data vêm se tornando crescentes, sobretudo por parte de autoridades políticas e por núcleos de especialistas na saúde do homem. Internacionalmente, o Dia do Homem é celebrado em 19 de novembro.