Cure o mundo!

Michael Jackson nunca foi um dos meus artistas preferidos. Nem pela música, nem pela história. Sua biografia, aliás, é e sempre foi um tanto quanto conturbada e polêmica, havendo até quem diga que o pop star ainda está vivo. 

Eu duvido! Ainda assim, se estiver, provavelmente será encontrado junto à Mariza Letícia e Ulysses Guimarães… 

Contudo, há músicas emblemáticas dele que, gostando ou não, todos nós conhecemos, ouvimos e até cantamos. Ainda lá em 1991 ou 1992, não me recordo mais ao certo, quando iniciei meus estudos de língua inglesa, tive um professor que se utilizava muito de letras de música como didática de ensino, o que, para mim, que sempre gostei de música, embora seja um desastre cantando ou tocando qualquer coisa, foi muito bom e facilitador. 

Jeff me apresentou na época a música “Heal the World”, do Michael Jackson. Cantava ele, em tradução livre: “Cure o mundo, fazendo dele um lugar melhor para mim, para ti e para toda a raça humana”. Naquela época, música, para mim, era só um conjunto de palavras com objetivo de atingir uma melodia agradável. Conceito que mudou quando passei a conhecer Cazuza, Renato Russo e a “Legião Urbana”, Titãs, Os Paralamas do Sucesso, etc. A partir daí, comecei a entender que as músicas trazem, na verdade, muito mais do que melodias agradáveis, mas, sim, nos trazem poemas, nos trazem histórias, nos trazem lições de vida. Passando a entender a língua inglesa, mais ainda passei a compreender isso. Afinal, a partir de então, eu passei a prestar atenção nas letras das músicas para tentar compreender o que elas diziam. 

Episódio engraçado foi quando dois produtores musicais americanos que se intitularam 20 Fingers, ou “vinte dedos”, lançaram, pela boca de uma cantora chamada “Gillette”, uma música que, à época, foi um hit de sucesso e tinha como a frase mais repetida nos cinco ou seis minutos que demorava a música a seguinte fala: “don’t want no short dick man”, cujo significado não direi nem em tradução livre e essa música foi cantada no programa da Xuxa, programa sabidamente infantil à época, com a tradução escrita na tela, para quem estivesse em casa. Para a minha sorte, eu nunca gostei de assistir ao programa da Xuxa e não assisti a esse fatídico episódio. 

Não digo que a derrocada da arte e da música no Brasil e no mundo partiu daí. Porém, afirmo que a qualidade musical brasileira e mundial decaiu muito desde então. Hoje, no lugar de se ter músicas educativas, poesias, críticas sociais, tem-se sofrência, desilusão, apologia à bunda, ou seja, letras que pouco ou nada ajudam no crescimento pessoal e intelectual das pessoas. Nem sequer fazem outra coisa senão distrair, pela melodia, já que a letra pouco ou nada se aproveita. 

Michael Jackson bem que tentou. E eu, que continuo com as boas e velhas músicas dos anos 80 e 90, continuo tentando, Michael! Acredite! 

Até a próxima!

Apoio: