Corpo diretivo, funcionários e equipes das escolas infantis da rede municipal de ensino de Bento Gonçalves estão sendo capacitados em primeiros socorros. A secretaria de Educação, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), o Corpo de Bombeiros Militar e a Defesa Civil já promoveram duas edições do curso, uma no dia 4 de agosto e outra no dia 1º de setembro. Na primeira edição, foram cerca de 500 participantes, enquanto nesta segunda o público foi de 900 pessoas.
A iniciativa já acontecia, mas ganhou força e maior adesão a partir da aprovação da Lei Municipal 6.632, de autoria do vereador Gustavo Sperotto, sancionada em abril pelo prefeito Guilherme Pasin. A nova lei prevê que professores e funcionários participem de um curso, uma vez por ano, a fim de que possam identificar e agir preventivamente em situações de emergências e urgências, bem como intervir no socorro imediato até que o suporte médico especializado torne-se possível.
No encontro, a equipe do Samu palestrou sobre acidentes domésticos, queimaduras, luxações e fraturas ósseas. Após, os Bombeiros ensinaram a forma adequada de acionar o serviço, além de conscientização em relação aos trotes e como atuar quando o aluno se engasgar ou tiver uma parada cardíaca. No segundo momento, os participantes puderam pôr em prática os conhecimentos aprendidos.
"Acreditamos ser de suma importância para a área da Educação, pois trabalhamos com crianças de quatro meses a cinco anos. Nesta faixa etária as crianças estão na fase da descoberta, tudo é novidade, sendo suscetíveis a incidentes. O curso vem ao encontro das situações que vivenciamos no cotidiano”, comenta a diretora da EMI Espaço dos Sonhos, Neusa Bottega.
A secretaria de Educação, Iraci Luchese Vasques, destaca que o aprendizado foi além das expectativas. “Foi uma ação que nos deixou impressionados pela satisfação e receptividade das comunidades escolares, bem como de empresas locais que buscaram vagas para participação de funcionários. Foram muitas as manifestações de satisfação com a aprendizagem das técnicas de emergência, as quais todos podemos aplicar em diferentes momentos, como no trabalho, na rua ou em nossa casa”, destacou.
O major Sandro Gonçalves ressalta que para o Corpo de Bombeiros foi fundamental participar da ação. "É importante o professor que está na escola dar uma resposta rápida e auxiliar a minimizar os acontecimentos de um mal súbito que pode acometer uma criança. Essa qualificação traz um espírito colaborativo que visa ao atendimento imediato”, conclui.
Mobilização
A iniciativa foi motivada por uma campanha na internet pela chamada “Lei Lucas”. A mobilização é liderada por Alessandra e Andrea Zamora, mãe e tia, respectivamente, de Lucas Begalli Zamora, de 10 anos. Durante um passeio da escola, em setembro do ano passado, em São Paulo, ele se engasgou com um pedaço de salsicha na hora do lanche e não recebeu os primeiros socorros de forma rápida e adequada, morrendo dois dias depois. Desde então, as irmãs vêm batalhando pela exigência de cursos de primeiros socorros para trabalhadores das escolas. A “Lei Lucas” já foi proposta em centenas de cidades e, recentemente, aprovada pelo Senado – após a sanção presidencial, se tornará lei nacional.
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