Dados da prefeitura apontam que número de infectados nas escolas é inferior a 1% em Bento

A situação da COVID-19 na comunidade escolar continua sendo amplamente discutida por entidades e pela comunidade. Na segunda-feira, 24/05, o sindicato dos trabalhadores de educação do Estado, o Cpers, divulgou a atualização do levantamento próprio referente às escolas estaduais. Conforme os dados, coletados por meio de formulário on-line (formulário pode ser acessado por meio do site cpers.com.br), pelo menos 336 casos de COVID-19 foram registrados desde a retomada das atividades. Entre a lista de municípios com escolas que têm casos confirmados está Caxias do Sul. 

Apesar de Bento Gonçalves não aparecer na lista, a 16ª Coordenadoria Regional de Educação (16ª CRE) afirma que há sete professores confirmados na região, o que inclui o município. Já a prefeitura de Bento Gonçalves divulgou que, até a última atualização do Centro de Operação de Emergência em Saúde para a Educação – COE-E Municipal, 18 profissionais de educação estariam afastados em Bento Gonçalves devido à COVID-19 – englobando instituições privadas, estaduais e municipais. O dado representa 0,9% dos cerca de 2 mil profissionais das 75 instituições monitoradas.

Ainda conforme a prefeitura, O COE-E Municipal visita, em média, 15 escolas por semana, além de realizar averiguações quando recebidas denúncias de não cumprimento de protocolos. O COE é composto por dois membros da secretaria de Educação, um da secretaria de Segurança, um da secretaria de Saúde, um da secretaria de Desenvolvimento Econômico e, outro, da secretaria de Esporte e Desenvolvimento Social. Além desse, cada escola possui o seu próprio COE Escolar, composto pelo diretor, um professor, um funcionário membro da higienização da escola, um familiar de aluno, preferencialmente ligado à educação e, outro, ligado à saúde. 


Foto: Eduarda Bucco/SERRANOSSA
 

“Todos os profissionais que apresentam algum sintoma são imediatamente encaminhados à barraca na UPA, para consulta e testagem. Caso esteja positivo, é realizado o afastamento conforme a indicação médica”, explica a secretária de Educação, Adriane Zorzi. O mesmo acontece com os estudantes positivados, que são afastados e devem ser encaminhados para consulta médica. “Eles somente podem retornar após finalizados os protocolos médicos”, continua. 

O coordenador da 16ª CRE, Alexandre Misturini, afirma que, quando algum profissional ou estudante é positivado, a turma fica sendo monitorada, inclusive com medição de temperatura. “Se houver dois casos confirmados ou suspeitos na mesma turma, as aulas são suspensas e toda a turma fica no remoto. Mas até o momento, não tivemos nenhuma situação assim”, afirma. 

Pais e funcionários relatam rotina

Mesmo com o retorno presencial, ainda há pais e professores que temem o contágio. A mãe de um estudante de 11 anos optou por manter seu filho no ensino remoto. “Ele sofre de asma e não consegue permanecer durante horas com a máscara, além do risco da doença”, comenta. Nesta semana, ela precisou levar o estudante para a escola para uma avaliação presencial e relata que, mesmo com todos os cuidados seguidos pelas instituições, algumas crianças têm dificuldade de usar a máscara corretamente “e acabam se esquecendo de manter o distanciamento”, revela. 

Mas o número de pais optando pelo retorno dos filhos ao ensino presencial é grande em Bento. De acordo com a diretora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Doutor Tancredo de Almeida Neves, Nelita Maria Zanovelo, 80% dos alunos voltaram presencialmente. Durante o mês de maio, não houve casos de professores que testaram positivo na escola. A diretora relata que alguns estudantes precisaram ser afastados por apresentarem sintomas gripais ou por terem tido contato com familiares positivados. “Na escola procuramos seguir os protocolos do COE. Ao entrar na escola, os alunos passam pelo pórtico sanitizante. A seguir é feita a medição de temperatura, a lavagem e higienização das mãos com álcool, e por fim direcionam-se para as salas de aula. As janelas e portas permanecem abertas. Os horários do intervalo foram organizados para minimizar a quantidade de alunos e utilizar diferentes espaços da escola, onde o lanche é servido nas salas de aula e no refeitório”, descreve.


Foto: arquivo pessoal
 

A mãe dos gêmeos Lorenzo e Vicenzo, Letícia Bonassina, comenta que, desde o retorno às aulas presenciais, não soube de casos de contaminação pela COVID-19. Os irmãos de dois anos e nove meses frequentam uma escolinha particular e se adaptaram facilmente à rotina. “Todos os dias na entrada da escola é medida a temperatura, passado álcool nos calçados, álcool na mochila e álcool nas mãos. Todo o material de uso pessoal volta todos os dias para casa para higienização. As toalhas que eram de pano também foram substituídas por lenços de papel para evitar contaminação”, relata a mãe.