Em 2016, o então chefe da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, usou um PowerPoint para acusar Lula de ser líder de organização criminosa. Anos depois, o STF anulou os processos contra Lula
A Justiça de São Paulo determinou que o ex-procurador da República Deltan Dallagnol pague, em até 15 dias, uma indenização de R$ 135.416,88 ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por danos morais.
O processo foi movido por Lula em 2016, após Dallagnol apresentar à imprensa uma denúncia da força-tarefa da Lava Jato com o uso de um PowerPoint. No centro do diagrama, aparecia o nome do petista, apontado como chefe de um esquema de corrupção na Petrobras.
Na época, Dallagnol era o coordenador da Lava Jato em Curitiba. Anos depois, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou o ex-juiz Sérgio Moro parcial na condução do caso e anulou os processos contra Lula.
A decisão, publicada na sexta-feira (25), também determina que, se o valor não for pago no prazo, o montante será acrescido de 10% de multa e 10% de honorários advocatícios.
Nas redes sociais, Dallagnol afirmou que o valor será pago com doações feitas por mais de 12 mil pessoas. Segundo ele, os valores arrecadados superaram meio milhão de reais. O excedente, conforme prometido, será doado a hospitais filantrópicos que atendem crianças com câncer ou autismo.
“Fui condenado por fazer o que faria de novo mil vezes se eu tivesse mil vidas: colocar na cadeia, e não na presidência, aqueles contra quem surgem fortes provas de corrupção. Eu não me arrependo”, disse Dallagnol.
Ele classificou a condenação como uma tentativa de vingança de Lula. Ainda segundo Dallagnol, “os brasileiros não querem viver em um país onde o promotor é condenado a indenizar o bandido.”