De infância, à distância, à primeira vista e para toda vida: amores que inspiram

Amores pacientes, duradouros e capazes de enfrentar barreiras inimagináveis. São histórias assim que tornam o Dia dos Namorados uma data tão especial. Neste sábado, 12/06, casais brasileiros de diferentes idades, culturas e orientações sexuais celebrarão sua união. O SERRANOSSA reuniu histórias inspiradoras de casais da Serra Gaúcha para tornar esse momento ainda mais singular para quem acredita no verdadeiro amor. 

Após seis meses separados, um casamento dos sonhos


 

Felipe Postal e Dionisio Augusto De Bortoli não imaginavam que, de uma conversa on-line, por meio de um aplicativo de relacionamentos, ainda em 2013, fosse surgir um sentimento tão verdadeiro. Na época, Felipe já estava com data marcada para viajar para a Itália e o casal concordou que iria dar um fim ao relacionamento assim que chegasse o dia do embarque. “Após umas duas semanas que eu tinha ido embora, mantivemos o contato e decidimos que o Dionisio largaria tudo aqui e iria morar comigo na Europa”, conta Felipe. 

Mas até a chegada do dia em que o companheiro se mudaria para a Europa, foram longos seis meses de relacionamento a distância. “Foi uma prova para o nosso amor. Não foi fácil, mas superamos juntos”, recorda. 

Em outubro de 2014, Dionisio se mudou para Dublin, na Irlanda, onde o casal passou a morar junto. Foi lá que os dois decidiram jurar amor eterno. “Logo após o casamento, nos mudamos para Lisboa, em Portugal, onde vivemos por mais dois anos e meio. Em março de 2019 retornamos para Bento, e estamos aqui desde então”, relata Felipe. 

Juntos há quase oito anos e casados há cinco, Felipe e Dionisio têm muito para comemorar neste Dia dos (eternos) Namorados. “O Dio foi meu primeiro namorado sério e é ainda hoje a melhor pessoa que poderia ter ao meu lado. Ele me ensinou que, todos os dias, escolhemos ficar ao lado um do outro. E essa é a melhor decisão que faço todos os dias. Mais que maridos e namorados, somos amigos. Eu tive a sorte de encontrar o homem da minha vida”, se declara. Para Dionisio, Felipe representa um misto de descobertas e redescobertas. “Quando iniciamos o nosso namoro, eu não imaginava que seríamos essa realização de tanto e em tão pouco tempo. Hoje somos mais que um casal, somos cúmplices, amigos, nos realizamos com certeza mais e mais a cada dia”, complementa o companheiro. 

Amor e companheirismo marcam relação quase septuagenária 


 

A década era 1950. Em uma tradicional festa na Igreja Cristo Rei, os jovens Plinio de Bacco e Ignez Gava se conheceram e, rapidamente, se apaixonaram. E para quem duvida do amor de adolescência, eles são a prova de que ele existe: neste mês de junho, o casal completa 68 anos de casados. 

Na época de namoro, Plinio morava na localidade da Garibaldina e, Ignez, no bairro Santo Antão. “Era distante e o percurso todo era feito a pé ou com a mula”, conta a filha Silvana Marangon. Em 1953, o casal de namorados decidiu se casar. “No dia do casamento, antes da cerimônia religiosa, foi servido um café no salão da comunidade da noiva e, após a cerimônia, os convidados foram recebidos na casa do noivo, onde foi servido um churrasco”, relata a filha. 

E a grande comemoração foi mais que merecida. Hoje, ele com 90 e ela com 87 anos, o casal comemora os obstáculos ultrapassados e os momentos alegres compartilhados ao longo de uma relação quase septuagenária. Da relação vieram quatro filhos, Davi, Tarcisio, Silvana e André, e seis netos, Ana Paula, Giovanni, Pablo, Gustavo, Debora e Júlia. 

 “Eles residiram na colônia por um tempo e, depois, resolveram construir uma casa na cidade, onde vivem até hoje. Sempre fomos incentivados ao trabalho, ao estudo e a dar ‘os passo conforme as pernas’. E sempre nos apoiaram nas nossas escolhas”, comenta a filha. Da relação dos pais, fica o aprendizado de um relacionamento persistente, leve e feliz. “Nesses anos de convivência, houve períodos mais difíceis, pois os recursos eram escassos. Mas, com perseverança e persistência foram superados”, diz. “Para mim, a maior lição é a resiliência. Para eles não tem nada difícil, tudo é possível. Basta ter vontade, disciplina e persistência”, finaliza a filha. 
 

Do amor platônico de adolescência à construção do futuro, juntos


 

A jornalista Alessandra Teixeira sonhava com o atual companheiro Gustavo Baldissera Cemim desde a adolescência. Aos 12 anos, quando disse aos amigos que havia se apaixonado à primeira vista, parecia brincadeira. “Nós estudávamos na mesma escola. O irmão dele era melhor amigo do meu irmão. Nossas mães foram colegas na escola e nossos pais jogavam bola juntos. Então era uma pessoa muito próxima, mas ele nunca me deu bola, até porque ele tinha 15 anos e eu era uma criança”, relembra. 

Durante cerca de três anos, Alessandra alimentou uma paixão platônica por Gustavo. “Ficava olhando para ele no recreio da escola. Eu tenho muitas conversas da época com amigas, quando eu falava muito dele, escrevia bilhetes, poemas…”, conta a jornalista. 

Após a escola, eles ficaram cerca de sete anos sem se ver ou conversar pelas redes sociais. Mas há cerca de dois anos, os dois se reencontraram e se conectaram rapidamente. “Descobri que ele sabia que eu gostava dele na escola”, conta Alessandra. “A gente se conectou e foi a vez dele de se apaixonar por mim”, continua.

Hoje, Alessandra tem 23 anos e, Gustavo, 26. Além de um companheirismo sem igual, os dois decidiram construir um futuro, juntos. “Estamos morando há mais de um ano juntos e tem dias que ainda não acredito que o cara por quem fui apaixonada a vida toda está comigo”, reflete. 

 

O que o vinho uniu ninguém separa


 

Eles moravam na pequena cidade de Dom Pedrito, na fronteira com o Uruguai, mas não se conheciam. Rodi Goularte, 33 anos, e Lucas Simões, 27 anos, tinham mais do que a cidade de origem em comum: eles carregavam a paixão pelo vinho. Foi na universidade que os seus caminhos se cruzaram. Ambos ingressaram no curso de Enologia e entre estudos, eventos acadêmicos e festas entre os colegas os laços foram se estreitando.

Foi em um destes encontros festivos, no ano de 2013, que a aproximação rendeu o primeiro beijo. Era o início de uma ligação que viraria uma grande história de amor. A cada novo encontro, o sentimento ia aumentando. Bastaram poucas semanas para Rodi e Lucas começarem a namorar. “Em uma conversa falamos: ‘e aí? Qual vai ser? Estamos namorando?’. A resposta foi: vamos tentar. E assim já se passaram quase 8 anos juntos”, relata Rodi.

Como toda história de amor nem todos os momentos foram fáceis. Após conclusão da faculdade, Lucas veio morar em Bento, enquanto Rodi ainda precisava de um ano para concluir o curso. O desafio era passar este período namorando a distância. “Sempre que possível, arranjávamos alguns feriados e finais de semana para poder nos encontrar. Por vezes, ficamos meses sem nos encontrar, mas a vontade de estarmos juntos foi maior que tudo”, relata.

Mesmo com a distância, os planos só se renovavam. Desta vez, o passo era dividir o mesmo lar e cada um foi comprando utensílios ou adereços para decoração da casa. “A gente sempre compartilhava essas pequenas conquistas um com o outro com muita alegria”, revela o casal. Após um ano, Rodi mudou-se para Bento e, finalmente, eles começaram a morar juntos. “Até hoje dividimos nosso lar e aprendemos a conviver com as manias e hábitos de cada um”.

A paixão pelo vinho que os uniu permanece até hoje no dia a dia do casal. Ambos trabalham em vinícolas e se destacam pelo conhecimento e pela forma inovadora que mostram a paixão pela bebida. Recentemente, o casal criou uma conta no Instagram (o @engarrafados2), onde compartilham dicas e experiências em torno da bebida. “A nossa profissão é um dos nossos maiores prazeres. Também amamos viajar e desfrutar de novas experiências, pois esta parceria sempre nos leva a grandes aventuras, afinal com um sagitariano e um geminiano não poderia ser diferente”, brinca Rodi.

Os planos para o futuro são muitos e incluem casar e aumentar a família. “Pretendemos adotar e seguir compartilhando amor. Hoje temos nossa filha de quatro patas, nossa cachorrinha que se chama Pê, e que a amamos muito. Independente de qualquer coisa, o amor sempre esteve entre nós e, o mais importante, é que sempre tivemos apoio de todos que nos rodeiam, principalmente de nossa família, que é nosso porto-seguro”, finaliza o casal.