De RSC para BR até março

Para saber se o novo anúncio de conclusão do processo de federalização da RSC-470 será apenas mais uma promessa não cumprida pelos governos estadual e federal, a Serra Gaúcha terá que esperar por pelo menos mais um mês. Nesta semana, lideranças da região se reuniram com o ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, em Brasília, e receberam do representante da União a garantia de que a transferência da rodovia que corta Bento Gonçalves será finalizada até a metade de março. A última fase, ainda em andamento, é a elaboração do inventário com os bens instalados ao longo da pista.

Apesar de reforçar a possibilidade de que a estrada tenha condições de receber uma atenção diferenciada – já que o Estado tem demonstrado dificuldades até de manutenção do trecho serrano nos últimos anos –, a federalização, em um primeiro momento, também deverá enfrentar novas etapas burocráticas que não permitirão grandes intervenções imediatas. O projeto para construção de um viaduto no Trevo da Telasul, entroncamento com a RSC-453, por exemplo, divulgado pelo Executivo gaúcho no final do ano passado, passará das mãos do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Na lista das incertezas também entram as obras de duplicação entre Bento e Carlos Barbosa.

Mesmo assim, o presidente da Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne) e prefeito de Nova Araçá, Aícaro Umberto Ferrari, que participou do encontro na capital federal, afirma que o momento é justamente de não se trabalhar com grandes promessas, para evitar expectativas maiores que possam ser novamente frustradas. “Nós sabemos que é aí onde está o maior recurso disponível, mas também temos consciência que não é algo que vai mudar para melhor da noite para o dia. É uma luta constante e vamos nos manter vigilantes, como temos feito até agora. É o final de uma etapa, mas também é o começo de outra, que é da mesma forma muito importante”, avalia.

Na pauta de cobranças da Amesne, contudo, estarão demandas consideradas mais urgentes, como a renovação da sinalização, a recomposição de trechos de asfalto em precárias condições de tráfego e ações de roçada, limpeza e manutenção ao longo da rodovia. Na edição do último dia 6, o SERRANOSSA mostrou a situação do entorno da pista entre a Pipa Pórtico e o Trevo da Telasul – no trajeto, o mato alto assume o lugar das placas, que estão praticamente invisíveis aos motoristas. Como resposta, o Daer declarou que está revisando os contratos com as empresas que executavam os serviços.

Serra das Antas

Na reunião com o ministro Rodrigues, a Amesne também apresentou, por meio de um vídeo, a proposta ainda embrionária de abertura de outra rota na Serra das Antas, também na futura BR-470. A ideia de um novo traçado, tanto no lado de Bento quanto de Veranópolis, seria uma alternativa para tornar o trecho atual da estrada em uma via de sentido único, com duas pistas – o novo roteiro teria o sentido contrário. “Essa duplicação não teria como ser feita no traçado que temos hoje, principalmente por questões ambientais. Mas é algo que temos que começar a pensar, pelo menos”, conclui Ferrari.

 

Reportagem: Jorge Bronzato Jr.

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