Uma noite mal dormida pode levar a decisões arriscadas. É o que mostra um estudo da Universidade de Duke, nos Estados Unidos e em Singapura. Os pesquisadores submeteram um grupo de voluntários a ressonâncias magnéticas e testes psicológicos, concluindo que o sono, ou a falta dele, prejudica a interpretação do cérebro sobre ganhar ou perder. A privação de sono não somente reduz a atenção e os reflexos, mas também a forma com que o indivíduo toma decisões de risco, interferindo também no processo de aprendizagem.
A neurologista Maria Cristina Machline Carrión afirma que a função de tomar decisões está relacionada a uma área do cérebro fundamental para que o indivíduo possa fazer escolhas. De acordo com ela, o déficit de atenção é uma deficiência dessa área frontal. “Existe uma relação muito grande entre uma noite de sono ruim na criança e a dificuldade de aprendizado ou alterações no comportamento. Passamos um terço da vida dormindo, podemos imaginar a importância que tem o sono em nossas vidas”, frisa.
Segundo Maria Cristina, o sono tem várias funções e uma delas é a restauradora. Seus estágios recuperam o metabolismo, a questão celular, hormonal, muscular e também consolidam a memória e o aprendizado. “Uma boa noite de sono possibilita que a pessoa esteja mais disposta no outro dia para trabalhar, fazer exercícios físicos e tomar decisões”, explica. Ainda conforme a neurologista, a qualidade do sono não pode ser avaliada pela quantidade de horas dormidas. A média considerada adequada em todo o mundo é de oito horas, mas esse dado é muito relativo. “Algumas pessoas dormem cinco horas e ficam bem; já outras precisam de 10. O que importa é a continuidade. Um sono intercortado, ou seja, quando a pessoa acorda muitas vezes durante a noite, é o que mais influencia”, esclarece. Confira a matéria completa na edição desta sexta-feira.
Josiane Ribeiro
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