Déficit em escolinhas municipais é de 500 vagas

Entra ano, sai ano, a administração municipal pode mudar, mas a falta de vagas nas Escolas Municipais Infantis (EMIs) parece insanável em Bento Gonçalves. O número de novas crianças sempre é superior ao de matrículas disponibilizadas pela rede pública anualmente, mesmo com a construção de novas escolinhas e com o reforço das vagas compradas pela prefeitura nas particulares. A questão acaba se tornando um problema para muitos pais, que não têm com quem deixar seus filhos no horário de trabalho e não podem arcar com a despesa de uma instituição paga.

A secretária municipal de Educação, Iraci Luchese Vasques, confirma que as 19 EMIs de Bento estão com sua capacidade total preenchida. “Temos cerca de 500 crianças excedentes, mas ainda não temos o número de vagas que as instituições particulares nos oferecerão. Está aberto o chamamento público, onde previmos 400 vagas”, revela. “Procuramos atender conforme abrem vagas, com transferências, tanto nas escolas municipais, como na compra”, alega Iraci. O ano letivo nas EMIs inicia em 23 de fevereiro, mas os educandários estão atendendo no período de férias, em condições diferenciadas.

A motorista Adriana de Souza, moradora do bairro São João, é um dos exemplos de pais que ainda aguardam por espaço na rede pública. Mãe de uma menina de um ano e um mês de idade, ela tentou uma vaga pela primeira vez na metade do ano passado, na escola mais próxima, no bairro Aparecida. “Na época, alegaram que não tinha vaga para a faixa etária da Francesca, que tinha cinco meses”, conta. Sem ter com quem deixar a filha, costumava levá-la junto ao seu antigo trabalho. “Acabei perdendo meu emprego por conta disso”, lamenta.

Em outubro de 2014, foi inaugurada a Escola Infantil Recanto Alviazul, disponibilizando mais 120 vagas. Uma delas foi oferecida à Adriana em novembro, ainda mais próxima de sua residência – mas ela acabou não podendo preenchê-la por estar desempregada, um dos critérios de eliminação para a frequência nas escolinhas públicas. “Perdi meu emprego justamente por não ter onde deixar minha filha e depois não me deram a vaga por estar desempregada”, desabafa a motorista.

Hoje, ela trabalha como motorista de uma empresa, mas Francesca ainda está esperando por uma vaga. A mãe deixa a pequena com familiares, a maioria dos quais mora fora do município. “Nesse período de férias, meus outros dois filhos, que moram em Veranópolis com o pai, têm vindo para cuidar dela. Ainda não sei como vai ser depois”, afirma.

Novas escolinhas até o fim do ano

A prefeitura anunciou em setembro do ano passado a construção de duas novas EMIs, nos loteamentos Bertolini e Santa Fé, com capacidade para 120 crianças cada. A secretária de Educação afirma que as obras de construção já foram iniciadas e a previsão de término é de 260 dias, sem contar os dias de chuva. “Até o final do ano, devem estar prontas”, garante Iraci. 

 

Reportagem: Priscila Pilletti

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