Delegacia da Mulher deve sair do papel

Conforme noticiado com exclusividade no site do SERRANOSSA no dia 2 de janeiro, a Delegacia da Mulher de Bento Gonçalves já tem lugar para instalar-se. Será na rua Marechal Floriano, no Centro, no térreo do prédio do Sine, onde hoje funciona o Instituto Geral de Perícias (IGP).  Conforme a delegada Isabel Pires Trevisan, titular do Posto da Mulher, a previsão é de que a delegacia esteja funcionando ainda em 2012. Um espaço na Rua Doutor Casagrande, ao lado da Câmara de Vereadores, foi descartado pois o governo previa ceder apenas um andar do prédio. A busca por um local adequado para a Delegacia da Mulher já somava mais de 20 anos.

Atualmente, o Posto da Mulher funciona junto à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), ocupando três salas. Duas policiais civis efetuam os procedimentos e estagiárias auxiliam nos trabalhos. “Com a instalação da Delegacia da Mulher será necessário aumentar o número de policiais civis, mas isso a própria Polícia irá providenciar”, destaca a delegada Isabel. Ela ainda reitera que a intenção é oferecer a mulheres e crianças um espaço de atendimento mais especializado e humanizado.

As novas instalações devem contar com uma brinquedoteca e uma sala para o “depoimento sem dano” (espaço com brinquedos onde as crianças vítimas de violência são influenciadas a relatar o ocorrido de forma natural). A delegada espera contar com o apoio da comunidade para aquisição do mobiliário e dos demais materiais necessários para a instalação da delegacia.

Segundo Isabel, todos os órgãos que hoje funcionam no local se mostram dispostos a colaborar e se reorganizarem nos demais espaços. “O prédio possui uma boa estrutura, só é necessário que sejam feitas algumas reformas para adequação do espaço”, comenta. Ainda não há data definida para a mudança.

 

Aumento nos registros

A delegada Isabel Pires Trevisan acredita que o número de registros irá crescer, principalmente porque as vítimas se sentirão acolhidas em um espaço destinado às suas necessidades. “Existe também a possibilidade de melhor elucidação dos casos, por haver espaços adequados tanto para ouvir as vítimas como para apurar os casos”, explica.

Atualmente, no Posto da Mulher são registradas cerca de cem ocorrências por mês, em sua maioria de ameaça e lesão corporal. Quando as mulheres optam por dar continuidade ao processo, os agressores costumam ser punidos. Foram registrados cerca de dois casos de prisão por mês.

A delegada explica ainda que nos casos onde as vítimas retiram a queixa contra os agressores os órgãos não podem mais atuar em favor delas. “Pela experiência que tenho posso afirmar que as agressões se tornam cada vez mais violentas e inclusive podem levar à morte, quando a vítima, muitas vezes por medo, desiste de processar o agressor. As mulheres têm que ter a coragem de registrar os crimes de violência doméstica e manter os procedimentos até que o agressor seja condenado.”

Toda mulher vítima de violência, ao registrar um boletim de ocorrência na delegacia, recebe um formulário onde deve optar por receber ou não acompanhamento da Coordenadoria da Mulher. No local ela conta com auxílio psicológico e assistencial, tanto para ela como para os familiares.

 

Katiane Beal Cardoso

 

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