Delegado dá dicas de prevenção ao golpe do conto do bilhete
Em média dois novos casos por mês do chamado “golpe do bilhete” são registrados em Bento Gonçalves, conforme o titular da 2ª Delegacia de Polícia de Bento Gonçalves, delegado Álvaro Luiz Pacheco Becker. “Geralmente são pessoas com mais de 60 anos. É uma situação que atiça a cobiça”, pontua. Entretanto, o número de vítimas pode ser ainda maior, já que muitas, por vergonha, evitam procurar a delegacia.
O registro da ocorrência é importante para ajudar nas linhas de investigação e também para endossar as prisões – por estelionato ou formação de quadrilha. “Quando os golpistas são pegos, as vítimas são chamadas para reconhecimento. O recomendado é gravar número da placa do veículo e memorizar os rostos, pois nesse tipo de golpe eles vêm de cara limpa”, acrescenta.
Para quem tem idosos em casa, o delegado alerta que é importante haver uma conversa de conscientização. “O bom seria que toda a vez que um idoso fosse ao banco estivesse com um acompanhante”, comenta. Caso ninguém possa acompanhá-lo, a recomendação é que o banco seja orientado a consultar a família antes de autorizar o saque de grandes quantias a idosos. Conforme o delegado, há situações em que as vítimas retiram de R$ 10 mil a 15 mil na hora, enquanto para outros públicos nem sempre a liberação é tão facilitada. “Os bancos têm que fazer a sua parte também”, destaca.
Modo de agir
Os golpistas costumam se apresentar bem vestidos – até usando terno e gravata. Em geral eles vêm de outras regiões, como do norte do Estado. Para aplicar o golpe primeiro observam os hábitos das vítimas e costumam esperar idosos saírem do banco ou de casa para usar estratégias de aproximação, como pedir informações sobre um determinado local. Em seguida, revelam ter um bilhete premiado para trocar e que dariam uma recompensa a quem ajudasse, já que é preciso determinada quantia para poder fazer a liberação do valor. Também é comum surgir um segundo criminoso se dispondo a ajudar. Para dar mais veracidade ao golpe, os bandidos fazem ligações telefônicas que confirmariam o prêmio. Depois de convencer a vítima, eles se dispõem a acompanhá-la até o banco ou até a residência. “As vítimas entregam dinheiro ou joias na esperança de que aquele dinheiro vá cair do céu, coisa que não acontece e nunca aconteceu”, adverte.
O delegado alerta também que os idosos devem evitar repassar informações confidenciais por telefone, como o nome de moradores da casa. Os dados podem ajudar a montar outros golpes, como os de falso sequestro.