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Demonstração de bocha paralímpica inova a 9ª edição dos jogos do IFRS em Bento Gonçalves

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Os campi de Caxias do Sul, Canoas e Restinga participaram com oito atletas, que apresentaram a modalidade, ainda sem caráter competitivo nesta primeira edição

Demonstração de bocha paralímpica inova a 9ª edição dos jogos do IFRS em Bento Gonçalves
Fotos: IFRS/Divulgação

A 9ª edição dos Jogos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) teve início na segunda-feira, 09/09, no Campus Bento Gonçalves, trazendo uma inovação marcante: a estreia da modalidade paralímpica. A bocha foi o esporte escolhido para demonstrar aos estudantes, servidores e à comunidade a importância da diversidade nas competições esportivas. Os campi de Caxias do Sul, Canoas e Restinga participaram com oito atletas, que apresentaram a modalidade, ainda sem caráter competitivo nesta primeira edição.

As demonstrações ocorreram durante a tarde, no ginásio do Campus Bento Gonçalves. Os atletas buscavam lançar suas bolas de cor (vermelhas e azuis) o mais próximo possível de uma bola branca chamada bola alvo. O objetivo dos jogadores ou equipes foi posicionar suas bolas mais perto da bola alvo do que as dos colegas, somando pontos conforme a proximidade.

A bocha foi escolhida como esporte de estreia pois, desde 2018, o Campus Caxias do Sul desenvolve projetos de ensino voltados para o estudo e prática da modalidade paralímpica nessa área. Além disso, há registros de atividades semelhantes nos campi Restinga e Canoas.

A voz de quem participa

Ivan Rodrigo da Silva, de 30 anos, é tetraplégico há oito devido a um acidente. Ele, que é natural de Caxias do Sul, treina há três meses e descobriu a bocha quando levou sua cadeira para consertar e foi informado pelo profissional da existência do projeto no Campus. “Eu me sentia muito limitado e desanimado. A partir do momento que comecei a estudar e treinar a bocha, minha qualidade de vida melhorou. Sou outra pessoa, não fico apenas em casa ou na fisioterapia. Saio para treinar e interagir”, disse.

Foram necessárias algumas adaptações para poder jogar, como, por exemplo, o desenvolvimento de uma luva de couro para que ele segure e arremesse as bolas e uma bandeja para segurar e transportar os materiais. “Os recursos foram desenvolvidos por professores e estudantes de variados cursos do Campus. Eles tiraram medidas e realizaram diversos testes até que as ferramentas dessem certo. O IF tem muita acessibilidade, suporte e sempre tem pessoas dispostas a contribuir”, ressalta ele.

“Eu apenas divulgaria mais. Assim como eu estava parado, outras pessoas com deficiência também devem estar. Gostaria que elas tivessem a mesma oportunidade. Além disso, a bocha é para todo mundo, não só para pessoas com deficiência”. Ele finaliza contando que seus planos para o futuro incluem: treinar para competir profissionalmente e estudar para futuramente ingressar em um curso superior do Campus.

Demonstração de bocha paralímpica inova a 9ª edição dos jogos do IFRS em Bento Gonçalves
Ivan (à esquerda) segura a bola com a ajuda da luva que foi desenvolvida.

Manhã de aprendizado e vivências

Durante a manhã, os atletas puderam conhecer o espaço de demonstração, realizar treinos, interagir entre si e com os demais participantes. A professora de Educação Física Heloisa Santini que foi uma das organizadoras e é coordenadora do projeto de ensino “Esporte e Escola: caminhos de educação cidadã” explica: o período de adaptação e reconhecimento do espaço é fundamental para a realização das partidas e desempenho dos atletas, já que há diferenças entre os variados tipos de superfície.

Heloisa e alguns bolsistas também aproveitaram a manhã para explicar o esporte para quem estivesse interessado. Os materiais utilizados durante as explicações também são adaptados. Exemplo disso foi a representação de uma quadra de bocha em tamanho ampliado, com diferentes texturas e com maior contraste. Durante as apresentações quem estava assistindo poderia tocar e simular partidas.

Após as explicações, estudantes, servidores, familiares e comunidade foram convidados para jogar e experienciar momentos juntos com os atletas.

Ao final do dia, a Pró-reitora de Extensão Marlova Benedetti entregou medalhas aos participantes. As premiações foram um agradecimento à participação e empenho dos atletas.

Atletas participantes:

  • Alessandra Paz Capellar – Campus Canoas
  • Bruna Menegat Dondé Campus Caxias do Sul
  • Erik Nunes Lourenço – Campus Caxias do Sul
  • Ivan Rodrigo da Silva – Campus Caxias do Sul
  • Mariana da Silva Faggion – Campus Caxias do Sul
  • Matheus Costa Gambin – Campus Caxias do Sul
  • Vagner Zen – Campus Caxias do Sul
  • Maxoel Santos de Oliveira –Campus Restinga

Cada atleta esteve acompanhado por um assistente para auxiliar em qualquer atividade, caso houvesse necessidade.

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