Denúncia desencadeia operação contra corrupção

Após a denúncia de um funcionário da prefeitura de Monte Belo do Sul, onde estaria sofrendo tentativa de suborno por parte de empresários que teriam interesse em participar de licitações para o tratamento de água no interior do município, a Polícia Civil iniciou uma grande investigação para apurar um esquema fraudulento que envolve pelo menos 13 prefeituras gaúchas. A operação Água Limpa foi deflagrada na terça-feira, dia 17, em 16 municípios e resultou na prisão de dois empresários, de duas empresas diferentes, com sede no município de Lajeado. Conforme o delegado Joerberth Pinto Nunes, da Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Contra a Fazenda Estadual (Defaz) de Porto Alegre, até o momento o esquema fraudulento teria movimentado mais de R$ 4,5 milhões.

A investigação inicial foi realizada pelo delegado Álvaro Pacheco Becker, titular da 2ª Delegacia de Polícia (2ª DP) de Bento Gonçalves, após ter conhecimento do fato ocorrido em Monte Belo do Sul e durou cerca de oito meses. “Durante dois meses, através de autorização judicial, gravamos, em áudio e vídeo, as ofertas dos empresários ao secretário de Monte Belo do Sul e comprovamos a tentativa de suborno por parte deles, para ganharem a licitação”, explica Becker. Pelo menos cinco empresas faziam parte do esquema e estariam atuando desta forma há cerca de cinco anos.

Foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão e dois de prisão temporária nas cidades de Teutônia, Progresso, Lajeado, Arroio do Meio, Forquetinha, Boa Vista do Sul, Monte Belo do Sul, Pirapó, Saldanha Marinho, Vale Real, Coronel Pilar, São Sebastião do Caí, Santa Tereza e Anta Gorda, além de empresas em Porto Alegre e Jacutinga. Nos locais, a polícia ainda apreendeu documentos e computadores que serão analisados, em busca de novas informações. Segundo Nunes, o esquema envolve empresas que coletam e tratam água em cidades não atendidas pela Companhia Rio-Grandense de Saneamento (Corsan).

A operação contou com apoio do Instituto Geral de Perícias (IGP), que realizou coletas de água em todos os municípios envolvidos. Elas serão analisadas para identificar se houve adulterações na composição.

Os dois presos responderão pelos crimes de corrupção ativa, formação de quadrilha, por crimes licitatórios e dependendo do laudo das amostras de água coletada, caso sejam consideradas impróprias ou não atendam os requisitos necessários, eles poderão ser acusados de crime contra a saúde pública. 

 

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