As consequências do forte temporal que atingiu Bento Gonçalves no dia 19 de setembro do ano passado ainda podem ser sentidas. A precipitação causou, entre outros problemas, um deslizamento de terra que danificou a estrutura do ginásio de esportes da Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Maria Margarida Zambon Benini, no bairro Vila Nova 2. Desde então, atividades e oficinas foram suspensas por falta de espaço adequado. Sete meses depois, o local passará por reformas.
Em função da demora nos reparos, boa parte da estrutura já está comprometida, com rachaduras de grande porte e desnivelamento do piso. Segundo a diretora, Odete Maria Poloni Forti, os maiores problemas são enfrentados em dias de chuva e na hora do intervalo. “Quando chove, a Educação Física precisa ser ministrada dentro de sala de aula e o recreio feito em forma de rodízio. Alguns alunos, que ficam sem o intervalo, voltam mais cedo para casa ao final do turno. Enfrentamos problemas ainda nos dias de sol, quando está muito quente e não temos como realizar as atividades físicas sob calor escaldante na quadra”, relata.
A interdição do ginásio também prejudica a continuidade das oficinas oferecidas aos alunos. “Temos na escola o projeto social Bento Vôlei, que hoje acontece na área externa. O professor acaba encerrando as atividades mais cedo quando está muito escuro ou frio e isso tem acarretado na desistência de alguns alunos e muitos pais até proíbem que seus filhos participem. Isso também tem acontecido com a oficina de futsal, pelos mesmos motivos”, lamenta.
Reformas
Conforme a secretária de Educação, Iraci Luchese Vasques, a reforma deve começar em breve. “O laudo geológico da área já foi elaborado a fim de avaliar a atual situação e foi orientado que seja feito o retaludamento na encosta. Serão colocadas barras de ferro para fixar a estrutura e evitar que ela desabe, além da reconstrução de parte da rede de esgoto que acabou sendo danificada pelo temporal”, explica. Ela garante que o processo licitatório está pronto. A obra tem custo estimado de R$ 189 mil e a licitação para contratação da empresa responsável pelo serviço deve ocorrer em um período entre 30 e 40 dias.
Porém, antes de os trabalhos começarem, é necessária a retirada de algumas famílias que invadiram o terreno da escola e construíram suas moradias. Através de uma decisão judicial, os moradores terão 15 dias para desocupar e demolir as casas improvisadas. Segundo a secretária de Habitação e Assistência Social, Rosali Faccio Fornazier, a prefeitura está auxiliando no desmanche, transporte e doação de material para as famílias. “Eles já haviam sido contemplados com terrenos no loteamento Vila Nova 3, há alguns anos, e também já sabiam que teriam que desocupar aquele espaço. Eles estão recebendo auxílio para reconstruir as casas e continuaremos a prestar a ajuda que for necessária”, relata. Somente após a retirada destas casas a obra poderá ser iniciada. A estimativa é que a obra seja concluída em no máximo um mês após o término do processo licitatório.
Relembre o caso
Em menos de 24 horas, das 9h do dia 18 às 9h do dia 19 de setembro de 2012, choveu em Bento Gonçalves 115,2 milímetros, equivalente a 62,27% do previsto para todo o mês. Houve vários pontos da cidade atingidos, mas os estragos mais graves foram registrados no bairro Vila Nova 2, onde moradias e estabelecimentos comerciais ficaram alagados e sofreram destelhamentos. Em uma delas, o nível de água chegou a 1,2 metro de altura e em outra, a correnteza provocada pelo rompimento de uma tubulação derrubou uma parede e destruiu o estabelecimento comercial da família. Um deslizamento de terra também interditou o ginásio da EMEF Professora Maria Margarida Zambon Benini.
Reportagem: Katiane Cardoso
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