Desindustrialização é tema de palestra

Palestrante do 15º Seminário de Boas Práticas, realizado na última quinta-feira, dia 22, o presidente da Câmara de Indústria, Comércio e serviços de Caxias do Sul (CIC), Carlos Heinen, afirmou que a perda de competitividade da indústria brasileira é um problema interno, e não consequência apenas do contexto internacional e da importação de produtos da Ásia. Da mesma forma, o dirigente entende que a solução para o Custo Brasil também é interna, só depende da vontade dos governos. Heinen palestrou sobre o tema “Como deter a desindustrialização? Gestão, competitividade e competência como caminho” no evento promovido pela diretoria de Desenvolvimento e Competitividade da CIC e pelo Comitê Regional Serra Gaúcha do Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP).

Para Heinen, o processo de desindustrialização, que vem enfraquecendo um dos setores mais importantes da economia brasileira nos últimos anos, não é uma preocupação apenas dos empresários. Trabalhadores já temem por seus empregos e por isso também lutam pela preservação da produção e sobrevivência das empresas. “Houve um retrocesso nos incentivos para se produzir no Brasil. O governo ficou sentado em cima das commodities, mas essa escolha não nos torna fortes, nos torna um País fraco”, analisou o presidente da CIC. Segundo ele, não existe cidade do mundo sem indústria. “Uma cidade sem indústria é uma cidade pobre. É a indústria que impulsiona o crescimento do comércio, dos serviços e de muitos outros setores”, afirmou.

Heinen apresentou números que comprovam a perda de espaço da indústria na composição econômica brasileira. Conforme disse, há 30 anos a indústria representava 29% do PIB, enquanto no ano passado esta participação foi de apenas 16%. A previsão para 2012 é ficar abaixo dos 15%.

Como tudo o que é produzido no Brasil é mais caro do que no resto do mundo e afeta a competitividade nacional, Heinen explicou que entidades nacionais de empresários e trabalhadores promovem o movimento “Grito de Alerta – em defesa da produção e do emprego” com a intenção de cobrar dos governos medidas emergenciais e mais rápidas para deter o agravamento da situação. Segundo ele, o País ainda vive um bom momento na economia, mas se medidas não forem tomadas para resguardar todos os setores da indústria, e não apenas alguns como o governo tem feito, os próximos anos serão de muita incerteza. “O governo é lento na tomada de decisões, faz curativos na economia”, comentou.

Carlos Heinen também falou da elogiável capacidade de empreender, produzir e gerar riquezas e tributos de Caxias do Sul. Porém, em vez de receber investimentos públicos compatíveis com sua participação no desenvolvimento do País, a cidade sofre com uma infraestrutura antiga e defasada. 

 

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