Dia dos Namorados: o amor que nasceu no baile

Quando o viticultor do 15 da Graciema Diomar Barbieri, de 51 anos, decidiu começar a frequentar o baile promovido pelo Clube Susfa de Bento Gonçalves, há três anos, não imaginava que se apaixonaria ao ritmo de uma milonga. Ele conta que há tempos queria dançar com a morena que roubava a cena na pista. 

Foi no embalo da música “Depois da lida” do grupo “Os Mateadores” que Barbieri se encantou por Leodi Oriques, 58 anos, a “Dinda”, como é conhecida. “Ela me fisgou pela dança”, revela, abraçando a amada. 

O casal é presença constante nos bailes da região. Os passos ritmados mostraram um novo mundo aos dois, depois de que Barbieri se separou e Dinda ficou viúva. “Dançamos três vezes por semana. É muito bom, eu me sinto renovada, como se tivesse novamente 20 anos”, garante Dinda, com um sorriso contagiante. 

Quando não está na pista de dança, ela se dedica aos cuidados com a casa, com os filhos e netos. Barbieri administra seu tempo entre o cultivo de parreirais e sua casa. Como não conseguem se ver todos os dias, nos momentos em que a saudade aperta a chama da paixão é mantida com declarações mútuas. “Ligamos para a rádio e mandamos músicas um para o outro. O amor precisa ser alimentado todos os dias”, receita Dinda.

Nunca é tarde

Os bailes da terceira idade são realizados em diversas comunidades de Bento Gonçalves. No clube Susfa, acontecem semanalmente às quartas-feiras, das 14h às 18h30, e aos domingos, das 14h30 às 23h. De acordo com o organizador, Adilvo da Silva, os eventos caíram no gosto popular há mais de dez anos. “Conheço muita gente que começou a dançar por indicação médica. Por aqui passam pessoas dos 40 aos 86 anos. Muitos recomeçam suas vidas conhecendo um novo parceiro, se apaixonando novamente e percebendo que idade não é empecilho para ser feliz. Nunca é tarde”, observa.

Reportagem: Priscila Boeira


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