Diariamente, cerca de três ocorrências de incêndio em vegetação são atendidas pelos Bombeiros na região

Dado relativo ao período de verão levanta alerta sobre importância de evitar práticas como as queimadas para limpeza do terreno

Com a proximidade do verão e a previsão de tempo seco para os próximos meses, o Corpo de Bombeiros já lança o alerta sobre a importância de evitar práticas que provocam incêndios em vegetação. Conforme a MetSul, com um quadro de estiagem que deverá se instalar neste verão, além da previsão de calor intenso com temperatura acima da média sob o efeito do La Niña, o risco de fogo será muito mais alto que o normal no Rio Grande do Sul.

Conforme o Corpo de Bombeiros de Bento Gonçalves, a média de ocorrências de fogo em vegetação na região é de três por dia durante o verão. E um dos principais causadores desses incêndios é o hábito de atear fogo para limpeza de terreno. “A pessoa não fica controlando, então pega na vegetação seca, o fogo se alastra e depois não consegue apagar”, explica o tenente Germiniani.

Com isso, o Corpo de Bombeiros acaba precisando deslocar uma ou mais viaturas em uma ocorrência que pode demorar horas para ser finalizada. “No ano passado, próximo a dezembro, um senhor no Vale dos Vinhedos juntou um monte de folhas e galhos secos e ateou fogo. Por volta do meio-dia, ele nos ligou porque não conseguiu controlar as chamas. Ficamos até as 20h para fazer o combate, porque quando terminávamos de um lado, tínhamos que ir para outro”, relata o soldado Baigorra.

Tenente Germiniani e soldado Baigorra. Foto: Eduarda Bucco

A expectativa é que essas ocorrências tenham um aumento significativo a partir das próximas semanas, com a chegada do verão. Dessa forma, os Bombeiros adiantam a recomendação para a população: “Para limpar o terreno, a pessoa tem que fazer a roçada, e não atear fogo. A mesma coisa acontece com o lixo. Se o caminhão do lixo não passa na sua casa, o ideal é acionar a prefeitura ou procurar um local adequado para despejar esses resíduos, e não colocar fogo”, aconselha o tenente.

Conforme o soldado Baigorra, a corporação já está organizando a logística para atender a alta demanda desse tipo de ocorrência nas próximas semanas, mas pede auxílio da população para que elas sejam evitadas. “Na maioria das vezes, não é possível controlar o fogo”, alerta.

A corporação ainda ressalta que o ato de atear fogo pode ser considerado crime, se ele acabar fugindo do controle e causando danos a pessoas, animais e ao meio-ambiente. “Se chegarmos na ocorrência e percebemos que houve danos, podemos acionar o policiamento e fazer um termo circunstanciado para a pessoa que causou as chamas”, afirma o tenente Germiniani.