Diferenças entre mosquitos do gênero Aedes confundem população
Com os constantes alertas sobre o aumento dos casos de Dengue, Febre Chikungunya e o Zika Vírus em todo o país, a população está cada vez mais atenta não apenas aos depósitos de água parada – que podem ser potenciais criadouros do Aedes aegypti – mas também aos mosquitos que tenham listras brancas nas patas e no corpo. De acordo com a veterinária Analiz Zattera, do setor de Vigilância Ambiental da secretaria municipal de Saúde de Bento Gonçalves, constantemente insetos com estas características são trazidos pela população para identificação. Entretanto, até o momento no município foram encontrados apenas adultos da espécie Aedes Albopictus.
A principal diferença está nas manchas do tórax. Enquanto o Aedes Aegypti tem duas linhas retas no centro e duas linhas curvas nas extremidades, o Aedes Albopictus tem uma linha única no centro. Além disso, o primeiro tem preferência por criadouros muito próximos ou dentro das casas e o segundo pode escolher criadouros perto ou distante das residências. “As fêmeas de Aedes aegypti picam seres humanos para maturação dos ovos, enquanto as fêmeas do Aedes Albopictus podem picar tanto humanos quanto animais”, complementa.
A análise do inseto é feita a olho nu, caso não tenham sido esmagados, ou com uso da lupa eletrônica para melhor visualização. O Aedes Albopictus, por enquanto, não é um vetor das três doenças. Entretanto, segundo Analiz, os cientistas estão de olho na espécie, uma vez que já foram encontradas larvas contaminadas com o vírus da dengue. Só com base nisso não é possível afirmar que ocorrerá a transmissão, que se dá pela picada de insetos adultos – ainda sem indícios de estarem infectados. Apesar disso, o alerta permanece, já que proliferação se dá nas mesmas condições: água parada e limpa. A única diferença é que o Aedes Aegypti é mais sensível às baixas temperaturas.
Quatro casos confirmados
Em 2016 ainda não foram encontrados focos do Aedes aegypti nas armadilhas monitoradas pela Vigilância Ambiental ou em residências. Analiz destaca que os meses mais críticos são março e abril, quando o clima é mais propenso à proliferação do mosquito. Neste ano, já foram registrados quatro casos importados de dengue. Todos são homens, com idades de 14, 33, 38 e 40 anos, respectivamente, moradores dos bairros Aparecida, Fátima, Maria Goretti e Santa Rita, mas que contraíram a infecção em outros estados do Brasil.