Diretor-geral da PRF investigado por atuação no 2º turno das eleições é dispensado do cargo

Foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira, 20/12, a portaria de dispensa do diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques. A dispensa foi assinada pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.

O então diretor é investigado por improbidade administrativa e uso indevido do cargo para pedir votos para a reeleição de Bolsonaro e pela operação da PRF nas estradas no segundo turno das eleições, que teria interferido no deslocamento de eleitores, principalmente na região Nordeste, região que registrou maior votação ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O posto de diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal foi concedido a ele em abril de 2021, quando Bolsonaro também deu posse a Anderson Torres no Ministério da Justiça.

Antes de Vasques virar réu, em novembro de 2022, o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF-RJ) pediu o afastamento imediato dele do cargo por 90 dias. Na época, o órgão já afirmava que o chefe da PRF tinha feito uso indevido do cargo para beneficiar a candidatura de Bolsonaro. O documento de defesa do MPF-RJ citava a “intenção clara” de promover “verdadeira propaganda político-partidária e promoção pessoal de autoridade com fins eleitorais”.

Ele também comandou a corporação, com atuação criticada, durante os bloqueios de rodovias por bolsonaristas após o segundo turno do pleito. O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes chegou a estabelecer que Vasques fosse preso caso não houvesse ação da PRF para desobstruir as estradas ocupadas.