Discussão de demandas em Bento ocorre no dia 30

Devendo pelo menos R$ 3 milhões a Bento Gonçalves das consultas populares dos últimos dez anos, segundo levantamento divulgado pelo SERRANOSSA ainda em agosto de 2013, o Estado abre no município, no próximo dia 30, mais um processo de definição de demandas locais que podem ser inseridas no orçamento gaúcho de 2015. O debate, que ocorre na Fundação Casa das Artes a partir das 19h, servirá de indicativo das propostas que o município pretende levar para o Fórum Regional, marcado para 14 de maio, também em Bento. De lá, os projetos homologados por delegados de toda a Serra vão para a cédula da Participação Popular e Cidadã, cuja votação está marcada para o período entre 2 e 4 de junho, também pela internet.

Neste ano, mais uma grande mobilização regional na área da saúde deve ser realizada, para investimento de R$ 950 mil em uma nova tecnologia para o aparelho de radioterapia que hoje funciona no Hospital Tacchini e atende a 49 cidades da região na rede pública. Com atualização do equipamento, que deixará de operar no formato 3D e passará a utilizar a Radioterapia de Intensidade Modulada (IMRT, do inglês “Intensity Modulated Radiation Therapy”), será possível oferecer um tratamento com menos impacto a órgãos sadios que estejam próximo a tumores. A máquina foi conquistada em 2006, mas só desembarcou no município em 2011.

Na assembleia da próxima semana, serão escolhidas duas demandas de cada uma das 10 áreas de investimento previstas. Para o presidente do Conselho Regional de Desenvolvimento da Serra (Corede Serra), José Antônio Adamoli, o principal objetivo do debate neste ano nem se refere diretamente aos R$ 10 milhões que os vizinhos serranos dividirão e sim à retomada de um envolvimento mais expressivo das comunidades. 

Na assembleia municipal de Bento em 2013, apenas 39 pessoas participaram. Na votação, foram apenas 1.862 participantes, frente a um número que, nos três anos anteriores, não havia baixado de 11 mil. “Pelo que a região arrecada e necessita, sabemos que estamos discutindo troco. O mais importante é não deixar o processo morrer, porque temos um recurso escasso e precisamos pensar de forma coletiva. Na assembleia, não temos obsessão de atingir um público de 500 pessoas, por exemplo, mas é importante que todos os segmentos da sociedade estejam representados”, destaca.

Mesmo assim, Adamoli ressalta que o Corede seguirá brigando para que o Estado destine, no mínimo, 2% de seu total orçamentário para as consultas populares. Hoje, o percentual fica em aproximadamente 0,4%. “Com esses R$ 10 milhões, que é o que temos hoje, não podemos nem pensar em pactos regionais. Se alcançássemos os 2%, esse valor subiria para R$ 50 milhões. O governo tem que aumentar o valor e, principalmente, acabar com esse passivo. É o que também vamos continuar cobrando, que todas as demandas sejam executadas no exercício seguinte”, completa o presidente do Corede (detalhes da dívida abaixo).

Dívida do Estado com Bento

Votação de 2004

R$ 258 mil para serviço de Média e Alta Complexidade na saúde
R$ 70 mil para a escola Landell de Moura
R$ 50 mil para a escola Visconde de Bom Retiro
R$ 70 mil para a escola Cecília Meireles

Votação de 2005

R$ 10 mil para a escola Visconde de Bom Retiro
R$ 10 mil para a escola Dona Isabel
R$ 10 mil para a escola Mestre Santa Bárbara
R$ 30 mil para a escola Cecília Meireles
R$ 50 mil para a escola Ângelo Chiamolera
R$ 40 mil para a escola Bento
R$ 14 mil para a escola Amaro Bittencourt
R$ 49,6 mil para a escola Imaculada Conceição

Votação de 2008

R$ 110 mil para a escola Landell de Moura
R$ 15 mil para a escola Mestre Santa Bárbara

Votação de 2009

R$ 110 mil para a escola Cecília Meireles
R$ 120 mil para a escola Landell de Moura
R$ 110 mil para a escola Carlos Dreher Neto
R$ 115 mil para a escola Mestre Santa Bárbara
R$ 60 mil para a escola Ângelo Salton
R$ 30 mil para a escola Luiz Fornasier
R$ 110 mil para a escola Egídio Fabris
R$ 250,5 mil para Centro Especializado em Odontologia

Votação de 2011

R$ 300 mil para aquisição de equipamentos para o novo hospital público
R$ 122 mil para incubadoras tecnológicas
R$ 52 mil para construção de moradias
R$ 189 mil para urbanização de lotes para cooperativas habitacionais

Votação de 2012

R$ 30 mil para capacitação de lideranças comunitárias
R$ 318 mil para construção de unidades habitacionais
R$ 100 mil para obras em unidades de saúde

Votação de 2013

Dos R$ 403.529,41 aprovados para Bento Gonçalves no processo de 2013, e que deveriam ser aplicados no exercício deste ano, nenhum centavo foi pago pelo governo do Estado até o momento.
Total do passivo com Bento: R$ 3.026.629,41

Reportagem: Jorge Bronzato Jr.


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