Disney vetada: Quem mais estaria na mira dos EUA após sanção a Moraes?

Sanção contra Alexandre de Moraes e aliados seria só a ponta do iceberg. Nos bastidores, especula-se nova tarifa de Trump e restrições a satélites e GPS

Disney vetada: Quem mais estaria na mira dos EUA após sanção a Moraes?
“No more USA” para Moraes: visto revogado. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O anúncio feito na sexta-feira (18) pelo secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, sobre a revogação dos vistos do ministro Alexandre de Moraes, seus familiares e “aliados na Corte”, incendiou os bastidores de Brasília — e as redes sociais. A medida gerou reações dentro e fora do Brasil e também abriu espaço para uma onda de memes, ironias e especulações sobre quem mais estaria na mira dos americanos.

O termo usado por Rubio — “aliados na Corte” — levantou uma pergunta inevitável: quem seriam os tais aliados de Moraes? Nos corredores do poder e em rodas políticas, circula a especulação de que apenas três dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) estariam fora da lista: André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux.

Já entre os que poderiam estar com os vistos americanos suspensos, segundo fontes ouvidas por jornalistas e conversas de bastidor em Brasília, estariam: Luís Roberto Barroso, Flávio Dino, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Edson Fachin — todos com perfil mais próximo ao governo Lula (PT).

Nas redes sociais, o tom foi outro. Montagens com Alexandre de Moraes usando orelhas da Minnie Mouse, comentários sobre a “proibição de ir à Disney” e vídeos debochados se espalharam rapidamente. Um dos mais compartilhados foi o vídeo do deputado federal gaúcho Maurício Marcon, que aparece mostrando o próprio passaporte com visto americano, dizendo que ele vai pra Disney, mas o “Alecrim Dourado” [Moraes] não pode mais.

Além dos ministros, os bastidores falam em possíveis impactos para outras autoridades próximas a Moraes. Um dos nomes citados — sem qualquer confirmação oficial — é o do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que recentemente defendeu a prisão de Jair Bolsonaro (PL) no processo da suposta tentativa de golpe. Também é ele quem assina a denúncia contra vários aliados do ex-presidente.

Segundo relatos atribuídos a integrantes do governo americano, repassados a aliados de Bolsonaro e publicados pela Folha de S.Paulo, a revogação dos vistos seria apenas o primeiro passo. Entre as possíveis medidas futuras estariam tarifas comerciais mais altas — além da sobretaxa de 50% anunciada por Trump para 1º de agosto —, sanções conjuntas com a Otan e até restrições ao uso de satélites e GPS. Moraes e outros ministros estariam sujeitos à chamada Lei Magnitsky, que pode incluir bloqueio de contas, cartões de crédito e transações financeiras em instituições ligadas aos EUA. Também há a especulação sobre restrição a voos de companhias brasileiras — medida radical, improvável, mas que assusta.

A medida foi anunciada poucas horas após Jair Bolsonaro (PL) ser novamente alvo da Polícia Federal na sexta, em uma operação que determinou o uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento noturno entre 19h e 6h.

Em nota no sábado (19), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou o anúncio de Marco Rubio como “arbitrário” e “sem fundamento”, manifestando solidariedade aos ministros do STF.

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